Maracanã fica mais próximo de ser gerido por empresa desafeta do Flamengo
Rodrigo Mattos e Vinicius Castro
Do UOL, no Rio de Janeiro
23/03/2017 17h35
A francesa Lagardère ficou mais próxima de assumir a gestão do Maracanã após a desistência da GL Events. Uma reunião na última segunda-feira (20) acertou os termos do acordo com a Odebrecht para a compra da concessão por cerca de R$ 60 milhões. No entanto, existem pendências jurídicas, como questionamentos do TCE e do Ministério Público, que dificultam a conclusão do negócio.
Será necessário o aval do governo do Estado para a confirmação da operação. Caso isso aconteça, o Flamengo pode não jogar mais no Maracanã, já que a a Lagardère é desafeto do clube por conta de problemas anteriores. Por diversas vezes, inclusive, o presidente Eduardo Bandeira de Mello afirmou que não fará negócio com os franceses. Consultado pela reportagem, o mandatário deixou claro que considera uma nova licitação a melhor solução para o Maracanã.
Se a posição for mantida e a venda confirmada, o Flamengo terá apenas a Arena da Ilha do Governador - capacidade para pouco mais de 20 mil torcedores - para mandar os seus jogos no Rio de Janeiro. A queda nas receitas de bilheteria seria considerável neste cenário. O clube precisaria buscar alternativas ou até partir para a construção do estádio próprio.
Enquanto isso, Botafogo, Fluminense e Vasco têm negociações com a Lagardère para parcerias de marketing e utilização do estádio. As conversas estão travadas até a conclusão da nova cessão do Maracanã. A intenção da empresa francesa é atrair os três para o estádio.
A esperança do Rubro-negro ainda está nas diversas dúvidas jurídicas que envolvem o Maracanã. O processo de concessão segue sob investigação, assim como os valores das obras realizadas. Flamengo e GL Events aguardam uma nova licitação também pelo fato de o Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro ter determinado o bloqueio dos recursos obtidos com a venda da concessão do Maracanã.
Por outro lado, a Lagardère cogita entrar na Justiça para manter a atual concessão em vigor. Ela era a líder do grupo que perdeu para a Odebrecht e pretende alegar que, como segunda colocada, deveria assumir a administração do estádio diretamente.