Por Galiotte e vagas no COF, inimigos históricos se unem no Palmeiras
Danilo Lavieri
Do UOL, em São Paulo
26/01/2017 12h33
Com o objetivo de garantir uma base de governo para Maurício Galiotte, inimigos políticos históricos têm se aproximado no Palmeiras. A união das chapas, aliás, consolida a exclusão política de Paulo Nobre, ex-presidente que já rompeu com o atual pouco mais de 30 dias depois de deixar o cargo.
O exemplo mais recente foi o acordo na eleição do COF (Conselheiro de Orientação e Fiscalização ). O grupo de Wlademir Pescarmona, a UVB, manteve conversas constantes com o grupo de Mustafá Contursi.
Foi graças à essa manobra que Nobuko Koyama conseguiu estar entre os mais votados e garantiu uma vaga entre os 15, como mostrou o Blog do Ohata.
Historicamente, Mustafá e UVB estão de forma rotineira em lados opostos da mesa. Combater Mustafá, aliás, sempre foi um dos principais objetivos do grupo, que já teve entre as suas figuras mais presentes o ex-presidente Luiz Gonzaga Belluzzo. Eles, inclusive, já se encontraram nos tribunais.
Antes disso, UVB e Mustafá ficaram em cantos opostos em diversos assuntos fundamentais para o Palmeiras. Mustafá era contra a construção do Allianz Parque da implantação das eleições diretas. A UVB seguia linha exatamente oposta, apoiando o novo estádio e fazendo campanha para que os sócios também tivessem direito de voto.
O acordo do COF movimentou praticamente todos os grupos de conselheiros, com exceção dos mais ligados a Paulo Nobre, que está isolado politicamente.
A UVB e o grupo de Mustafá já tinham conversado anteriormente em outro acordo bem-sucedido. Os grupos entraram em consenso para que Maurício Galiotte fosse candidato único à sucessão de Nobre. Eles também concordaram em adotar discurso favorável à candidatura de Leila Pereira, dona da Crefisa, ao Conselho Deliberativo do Palmeiras.
A união entre todos os grupos garante uma base de governo para o atual presidente, que se viu em situação complicada logo no primeiro dia de gestão. Na ocasião, Nobre recomendou que o time rompesse com a Crefisa e pediu para participar das decisões do futebol. Teve seus dois pedidos recusados e se afastou.
Na próxima formação de diretoria, há a expectativa de conselheiros ligados aos grupos de Pescarmona e Mustafá serem nomeados como mais uma parte dos tratados.