Dorival tem vitória parcial contra o Fla em processo trabalhista milionário
Bruno Braz e Bruno Thadeu
Do UOL, no Rio de Janeiro
15/11/2016 12h23
O técnico Dorival Júnior teve vitória parcial em processo movido contra o Flamengo no TRT-RJ e pode receber mais de R$ 10 milhões. O treinador diz que o contrato firmado em 2012 deveria ser regido com base na Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), e não como empresa jurídica. O Rubro-Negro poderá recorrer da decisão no Tribunal Superior do Trabalho (TST).
Na ação, o comandante do Santos também chegou a pedir a premiação do título da Copa do Brasil conquistado pelo clube em 2013, oito meses após sua saída. Ele alega que a quebra do contrato foi ilegal, e, portanto, teria direito aos bônus na vigência do acordo firmado inicialmente. A Justiça, porém, negou a solicitação.
Outro ponto levantado pelo treinador é uma indenização por danos morais porque, segundo ele, o Flamengo o tratou de forma pejorativa ao divulgar seu salário na imprensa.
“O reclamado [Flamengo] ‘descumpriu a cláusula de confidencialidade das condições pactuadas no contrato de trabalho’ e divulgou na mídia o salário do reclamante ‘de maneira pejorativa, no sentido de mencionar pagar um alto salário e, no entanto, receber um treinamento ruim do time, motivando assim a sua demissão como técnico’. Diante disso, houve nítido abalo à imagem do autor relativamente à sua profissão, pelo quê requer indenização por danos morais no valor de um mês de salário, somando os três contratos”, apresenta a decisão.
No processo, a Justiça também negou a Dorival Júnior o benefício de férias e 13º.
Indenização era de R$ 5 milhões
O prejuízo ao Flamengo poderia ser menor caso o clube cumprisse o acordo firmado com o treinador. Antes de entrar com a ação, Dorival esperou por meses após sua demissão que o Rubro-Negro pagasse os R$ 5 milhões de indenização, referentes aos salários atrasados, premiações e à multa rescisória, que diminuía com o passar dos meses do contrato.
Na equipe carioca, o técnico recebia cerca de R$ 780 mil.