Tite descarta rótulo de salvador e vê expectativa exagerada por estreia
Pedro Ivo Almeida
Do UOL, em Quito (Equador)
31/08/2016 20h27
O técnico Tite rejeitou o rótulo de salvador da seleção brasileira em entrevista coletiva nesta quarta-feira (31), às vésperas da partida contra o Equador, em Quito, pelas Eliminatórias da Copa.
“Sou um cara com muitos defeitos, mas que não tem vergonha nenhuma de assumir e tentar corrigir. Não sou candidato a nada”, disse quando teve sua unanimidade comparada a de um candidato ideal à presidência do país.
“São muitos defeitos, vocês talvez não imaginem. Nem me peçam para falar agora porque tomarei tempo”, acrescentou.
Em seguida, questionado sobre e enorme expectativa em torno de seu início de trabalho, admitiu que vê algo exagerado neste ponto. “Sim [se criou uma expectativa exagerada]. Por um lado, é bom. Tem carinho, as pessoas acreditam, chegou alguém que não caiu ali à toa, que ralou muito, que perdeu também. Tomara que eu tenha luz, mas sinto que é uma expectativa acima”.
Abraço de Galvão: "vai dar certo"
E a expectativa estava por todos os lados. Finalizada a entrevista coletiva, Tite percebeu ainda mais o clima de euforia por um novo momento de uma seleção questionada e de ambiente conturbado recentemente.
Porta-voz da indignação de parte de crítica e torcida, o narrador da TV Globo Galvão Bueno deu um forte abraço no técnico. "Vai com tudo, sorte. Vai dar certo", desejou. Na sequência, os comentaristas Casagrande e Paulo César Vasconcelos fizeram o mesmo.
Parecia uma corrente antes de o time entrar em campo. O ambiente surpreendia até mesmo os funcionários da CBF. "Rezem por mim", pedia Tite aos mais próximos.
Passados os comentários sobre o lado emocional, Tite comentou suas opções táticas e explicou como pretende ver sua nova equipe jogando.
“As peças funcionarão como em seus clubes. Gabriel Jesus é o goleador do Campeonato Brasileiro atuando como um jogador terminal, lá na frente. Cada um dos outros jogadores atuando onde se joga, seja Marcelo, Miranda, Casemiro, Paulinho, Renato. Essa foi a minha ideia. E ter sempre seis jogadores numa ação ofensiva. Palmeiras líder do campeonato ataca com seis jogadores, o Atlético-MG ataca com seis também. Temos ainda o Real Madrid neste modelo, o Liverpool, o Barcelona”, disse o treinador.