Cinco motivos para a revolta da torcida com a diretoria do Cruzeiro
Enrico Bruno e Thiago Fernandes
Do UOL, em Belo Horizonte
31/05/2016 06h00
A diretoria do Cruzeiro se tornou alvo de protestos da torcida nos últimos dias. Houve manifestações no dia da apresentação de Paulo Bento, após a derrota para o Santa Cruz, durante o empate com o América-MG e nessa segunda-feira (30), em frente à sede administrativa do clube.
Nas quatro ocasiões, o presidente Gilvan de Pinho Tavares e o vice de futebol Bruno Vicintin estiveram entre os citados. Mas por que a torcida está tão insatisfeita com a administração que deu o bicampeonato brasileiro ao clube? O UOL Esporte lista cinco motivos:
1) Segundo ano de fracasso no Estadual
A velha história entra novamente em jogo. O estadual ganha peso principalmente quando não se leva a taça. E pesou demais com a segunda eliminação precoce do time no Campeonato Mineiro. Para ter uma ideia, desde a temporada de 1964, o clube não passava dois anos seguidos de fora de uma decisão. Em 2015, caiu nas semis para o rival Atlético. Este ano, foi eliminado para o campeão América-MG, gerando as primeiras iras da torcida.
2) Trocas sucessivas de técnicos
Depois de passar dois anos e meio com Marcelo Oliveira, o Cruzeiro não conseguiu realizar um trabalho em longo prazo com outros treinadores. Por motivos variados, Vanderlei Luxemburgo, Mano Menezes e Deivid somaram juntos apenas dez meses na equipe. Em campo, a instabilidade de um professor acarretou principalmente a falta de um padrão tático da equipe, que não seguia alguma filosofia ou esquema de jogo. Em vários momentos, o torcedor celeste sequer sabia dizer quem eram os onze titulares do seu clube.
3) Péssimo início de Brasileirão
Desde que o campeonato passou a ser disputado no sistema de pontos corridos, apenas na temporada de 2011 o Cruzeiro terminou a quarta rodada com os mesmos dois pontos de hoje. Na ocasião, porém, a situação também era ruim, com o clube abrindo a zona de rebaixamento, mas ainda ligeiramente melhor que o atual momento, em que segura a vice lanterna da competição.
4) Apostas frustradas em reforços
Os erros de 2015 voltaram a se repetir e o Cruzeiro ainda não acertou a mão na hora de contratar. Até o momento, o clube trouxe onze jogadores, dos quais somente os últimos geraram maior aceitação, como Robinho e Lucas. Sánchez Miño, Matías Pisano e Douglas Coutinho não caíram nas graças da torcida e outros como Bruno Nazário, Federico Gino, Marciel e Bryan atuaram com pouquíssima frequência ou sequer entraram em campo. O ponto positivo foi a contratação de Lucas Romero. O argentino é um dos pilares do meio de campo cruzeirense.
5) Inércia no mercado de contratações
A demora para buscar contratações também culmina na impaciência dos torcedores. O clube não esconde de ninguém o desejo de contar com um meia-atacante e um centroavante para o decorrer da temporada. Contudo, ainda não foi atrás dos atletas que considera os ideais e aguarda a abertura da janela de transferências internacionais, no fim de junho, para se movimentar. Este problema não se restringe à contratação de jogador. O caso mais evidente foi a busca por um técnico. Após a demissão de Deivid, em 24 de abril, o clube só encontrou o seu substituto (o português Paulo Bento) em 11 de maio. O período entre um fato e outro foi de 18 dias.