Fla passou por eleição há 4 meses, mas disputa de 2018 já mobiliza Gávea
Vinicius Castro
Do UOL, no Rio de Janeiro
15/04/2016 06h00
A efervescência no caldeirão político do Flamengo continua. A eleição que garantiu mais três anos de mandato ao presidente Eduardo Bandeira de Mello foi há pouco mais de quatro meses, mas a corrida pela principal cadeira do clube em 2018 já mobiliza conselheiros.
Apesar de distante, o pleito desenha um clube ainda mais dividido, inclusive entre integrantes da situação. Bandeira não poderá se candidatar novamente e um nome do SóFLA (grupo do mandatário) será escolhido para tentar manter o poder. Algumas figuras influentes da Gávea defendem a opção por Flávio Godinho, atual vice-presidente de futebol.
A dúvida é sobre a viabilidade da candidatura, que já foi costurada por outros ex-presidentes e terminou com a negativa do cartola. Se optar por concorrer em 2018, o postulante precisará decidir se virá com o grupo - caso seja convidado - ou em uma posição isolada. Godinho foi procurado pelo UOL Esporte e pediu união das correntes políticas até o próximo pleito.
"No momento, estou mais preocupado em ajudar o Flamengo e arrumar a ‘cozinha’ do futebol. Não vejo qualquer mérito em falar sobre lançamento de candidatura para a sucessão do Bandeira. Como dizia Magalhães Pinto, a política é como nuvem: você olha e ela está de um jeito. Olha de novo e ela já mudou... Que tal todos os eventuais pré-candidatos abraçarem o Bandeira por um Flamengo cada vez mais forte e vitorioso?", afirmou.
Outro nome muito falado nos corredores da Gávea é o do vice-presidente geral Maurício Gomes de Mattos. Integrante do grupo FAT (Flamengo Acima de Tudo), o dirigente tem 15 anos de serviços prestados ao clube e não vive uma relação das mais amistosas com alguns líderes do SóFLA. Questionado sobre a possibilidade, Mattos observou um Rubro-negro com consideráveis mudanças políticas.
“Não dá para pensar nisso agora. Tenho um conceituado escritório de advocacia, família e não sei se estarei vivo. Isso depende de muita costura, o Flamengo é delicado. Essa panela ainda vai mexer muito. O fato é que os grandes caciques não existem mais. São os grupos políticos que definem os candidatos. Eu quero o melhor para o clube e gostaria de um nome de consenso”, disse.
Mais dois personagens estão cotados para a disputa. O ex-vice-presidente de marketing Luiz Eduardo Baptista, o Bap, rompeu com Bandeira de Mello antes da última eleição e apoiou Wallim Vasconcellos. O executivo esteve em uma recente reunião do Conselho Deliberativo, se posicionou com firmeza pela aprovação do contrato de transmissão com a TV Globo e aparece como importante liderança do grupo derrotado no pleito. Ele não respondeu ao contato da reportagem.
Já Cacau Cotta é o candidato de consenso do grupo União Rubro-Negra. Ele tem utilizado o plenário do Conselho Deliberativo para expor ideias e cresceu no conceito das mais variadas correntes do clube desde a eleição de dezembro.
“Candidato nunca diz que não é candidato. Minha decisão será tomada em cima das conversas com os grupos políticos e dos próximos dois anos da gestão Azul [Bandeira de Mello]. As promessas de campanha devem e precisam ser cumpridas. Caso contrário, o Flamengo ficará atrasado em relação aos grandes clubes do Brasil e ninguém pode assistir isso de braços cruzados”, encerrou.