Como as saídas de Moreno, Barcos e Kleber geraram oito aumentos no Grêmio
Marinho Saldanha
Do UOL, em Porto Alegre
04/11/2015 06h00
O Grêmio começou 2015 com uma determinação clara: reduzir a folha de pagamentos. E conseguiu. Mas não pegou todos os valores que deixou de pagar e simplesmente investiu em outras coisas. Parte do dinheiro dos salários de Barcos, Moreno e Kleber, que deixaram o clube e somados recebiam R$ 1,5 milhão por mês, foi destinada a aumentos de salários de sete jogadores, sendo que Pedro Rocha recebeu aumento duas vezes, além da compra de direitos de dois atletas.
A 'divisão' nos valores que deixaram de ser gastos a partir das vendas de Barcos e Moreno para clubes da China e da rescisão de Kleber implantou um processo que o Grêmio chama de 'benefício por mérito'. Nele, jogadores vindos das categorias de base, quando se firmam no principal, ganham aumentos espontâneos pela mudança de status no clube.
O primeiro caso destes foi Yuri Mamute. O jogador deixou um salário considerado baixo para aproximadamente R$ 50 mil por mês após pedido público do técnico Luiz Felipe Scolari. Felipão usava repetidamente o atacante que tinha voltado de empréstimo do Botafogo e seria liberado novamente.
Ainda no começo do ano, o Grêmio aproveitou o dinheiro que deixava de gastar e comprou os direitos do atacante Pedro Rocha e do volante Araújo. Ambos atuavam na base sob contrato de empréstimo. E logo os dois receberam aumento salarial.
Em seguida vieram aumentos nos vencimentos de Moisés, Maxi Rodríguez e Bressan, todos em junho, e Maxi ampliou seu vínculo em um mês. E recentemente, Walace recebeu aumento espontâneo de salários. Além de uma segunda valorização de Pedro Rocha.
Ao todo, as saídas de Kleber, Barcos e Moreno não aliviaram R$ 1,5 milhão na folha gremista. Isso porque o acordo firmado na Justiça em junho destina R$ 120 mil por mês ainda ao Gladiador pelos próximos cinco anos. Mas de qualquer forma, o restante serviu de base para valorizar atletas promissores no clube.
Outra economia gremista foi a troca de comissão técnica. Mesmo com aumento salarial, a comissão técnica atual, comandada por Roger Machado, soma pouco mais da metade dos vencimentos da anterior de Luiz Felipe Scolari.
Para 2016, o Grêmio irá subiu um pouco a folha mensal. Sem definir teto por jogador, a ideia é ter gasto total de R$ 6 milhões com o time principal. Roger Machado tem renovação encaminhada e a direção trabalha para manter os principais atletas do grupo.