SP convocará reunião para mostrar gravação e documentos contra Aidar
Guilherme Palenzuela
Do UOL, em São Paulo
09/10/2015 15h54
O presidente do conselho deliberativo do São Paulo, Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, irá convocar na próxima terça-feira uma reunião extraordinária para o próximo dia 22, na qual o ex-vice de futebol Ataíde Gil Guerreiro terá palavra preferencial e será mostrada a suposta gravação em que o presidente Carlos Miguel Aidar indica prática de desvio de dinheiro do clube, entre outros documentos.
O e-mail de Ataíde Gil Guerreiro a Aidar chegou na manhã desta sexta-feira a membros do conselho, na íntegra, e acelerou o processo de organização pelo pedido de impeachment, à medida que Aidar não aceita a renúncia, mesmo que aconselhado a consumá-la, segundo seus próprios aliados. Amigos acreditam que o melhor para Aidar era renunciar ao cargo para evitar o processo de impeachment e o levantamento de novos e velhos pontos polêmicos da gestão.
O São Paulo atualmente vive enorme crise de gestão. O episódio da briga entre Aidar e Ataíde Gil Guerreiro na última segunda-feira causou a exoneração do vice de futebol e iniciou processo de dissolvência da diretoria. Alguns vice-presidentes e diretores entregaram cargos, outros renunciaram e motivaram o presidente a convocar demissão coletiva, em massa. Desde a noite de terça-feira todas as vice-presidências e diretorias do São Paulo estão vazias, e o clube é comandado apenas pelo CEO Paulo Ricardo de Oliveira.
Aidar tenta reconstruir a nova diretoria, mas encontra dificuldade. Na quarta-feira, a seu serviço, os conselheiros Ives Gandra e Antonio Claudio Mariz conversaram os ex-presidentes do clube e os convidaram a participar ou indicar nomes para a nova cúpula. Não obtiveram apoio. Nesta quinta-feira, há programação para que o próprio Aidar se reúna com os ex-presidentes.
Diferentes grupos agora na oposição articulam para que conselheiros que sejam convidados por Aidar para ocupar cargos não aceitem os convites. A estratégia é impedir a composição da diretoria para isolar Aidar e causar a renúncia. Importantes dirigentes que entregaram os cargos na última terça-feira já avisam que não voltarão à diretoria se convidados.