Paraguaio que não jogou em 2015 pode custar R$ 13 milhões ao Corinthians
Dassler Marques
Do UOL, em São Paulo
03/03/2015 06h00
O Corinthians já disputou 12 partidas neste ano e, em nenhum desses quase 1100 minutos de jogo, Ángel Romero esteve em campo. O atacante paraguaio sofre para se afirmar sob o comando de Tite, mas tem boas chances de gerar uma despesa milionária para os cofres corintianos no futuro.
Comprado por um grupo liderado pelo agente Beto Rappa, Romero custou cerca de US$ 3 milhões (R$ 6,6 milhões na cotação da época) e assinou até julho de 2019. Mas, caso ele não seja negociado no período, caberá ao Corinthians reembolsar os investidores, com correção, ao fim do contrato. A estimativa é que esse valor chegará a aproximadamente R$ 13 milhões.
"Esse vai ser o modelo daqui em diante, com a proibição da Fifa para investidores. Nós temos a opção de compra de 30% dos direitos dele por dois anos. Se ele não for negociado no fim do contrato, o clube paga o investimento", explica Andrés Sanchez, superintendente de futebol do Corinthians, em contato com o UOL Esporte. Trata-se de operação semelhante à feita entre Santos e Doyen Sports para ter Leandro Damião.
Durante a gestão de Mário Gobbi, mesmo sem cargo no clube, Andrés foi quem sugeriu a contratação de Romero, encontrou os investidores e negociou as cláusulas do contrato, como o pagamento de aproximadamente R$ 500 mil em impostos, feito pelo Corinthians. Então treinador, Mano Menezes também não foi consultado sobre o reforço, mas concordou em utilizá-lo.
Pouco tempo depois, Sanchez levantou a possibilidade de também comprar Óscar Romero, irmão gêmeo de Ángel que jogava no Cerro Porteño, por valores semelhantes. O Banco BMG concordou em investir em contrato semelhante ao que havia sido feito com Beto Rappa, mas o presidente Gobbi e Mano Menezes vetaram. O negócio ficou apalavrado para 2015, mas acabou não sendo levado adiante.
A possibilidade de o Corinthians ter lucro financeiro com Ángel Romero é bastante pequena. O lucro realizado acima dos R$ 6,6 milhões investidos na compra são repartidos da seguinte forma: 20% fica para o clube, 80% para os investidores.
Com 27 jogos pelo Corinthians em 2014 e um gol marcado, Romero chegou ao clube em bom momento, conquistou a posição de titular e pouco a pouco perdeu espaço e confiança. Embora fosse atacante de velocidade em sua origem, acabou muitas vezes utilizado como opção a Paolo Guerrero, que não tinha reserva. Agora, com as chegadas de Vagner Love, Mendoza e Emerson Sheik, persegue a primeira oportunidade no ano.