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Andrés x Gobbi ferve Corinthians e emperra Dudu e outras contratações

Gobbi e Sanchez entram em atrito no Corinthians Imagem: Leonardo Soares/UOL

Dassler Marques

Do UOL, em São Paulo

09/01/2015 06h00

A tarde da última quarta-feira foi sintomática no Parque São Jorge. Diretores mais próximos ao presidente Mário Gobbi disparavam telefonemas atrás de recursos para pagar os salários que venceriam no dia seguinte. No mesmo horário, Andrés Sanchez se encontrava com Celso Barros, presidente da Unimed, para falar sobre Darío Conca. Edu Gaspar, gerente de futebol e fiel escudeiro de Andrés Sanchez, cuidava do interminável caso Dudu.

Nos últimos tempos, a diferença de sintonia entre os dois grupos dentro do Corinthians trava praticamente tudo que diz respeito ao futebol e às contratações, sobretudo a do atacante ex-Grêmio. Foi nesse contexto que, já na quinta-feira, Mário Gobbi se reuniu com o departamento e determinou a desistência por Dudu nos termos pedidos pelo Dínamo de Kiev-UCR: 1,5 milhão de euros (cerca de R$ 4,8 milhões) à vista e outra parcela igual para março.

Diante do anúncio iminente público sobre Dudu, a revolta tomou conta das partes e fez o Parque São Jorge ferver.

O grupo próximo a Andrés Sanchez acusa Mário Gobbi de ter levado as contas do clube aos frangalhos e de prejudicar o planejamento de reforços para 2015. Dizem ainda que ele recebeu um time pronto para vencer a Copa Libertadores e, nos últimos dois anos, sem títulos, gastou cerca de R$ 600 milhões. Foi campeão mundial e perdeu receitas.

Os "Gobbistas" lembram que a situação financeira ruim foi ocasionada pelo pagamento de R$ 50 milhões em impostos atrasados - basicamente, 75% da gestão de Andrés e 25% da gestão de Gobbi. Lembram ainda que Roberto de Andrade, candidato a presidente pela situação, comandou o departamento de futebol até janeiro de 2014, e contribuiu para investimentos como a contratação de Alexandre Pato por R$ 40 milhões.

Hoje, só há duas possibilidades de o Corinthians reverter a derrota que seria ver Dudu no São Paulo: encontrar investidores para pagar o Dínamo, possibilidade difícil pelo momento em que a Fifa proíbe negócios do tipo, ou convencer o clube ucraniano a aceitar o pagamento para maio. Parece tudo bastante improvável.

Se não bastassem confusões que ocorreram entre os dois grupos na chegada de Stiven Mendoza e Cristian, e ainda o caso Dudu, os outros dois reforços buscados também não foram definidos pelo mesmo problema.

Os valores da negociação de Jonas, do Sampaio Correa-MA, subiram na hora de assinar, e Mário Gobbi não autorizou o pagamento de R$ 3 milhões pelo jogador. Óscar Romero, do Cerro Porteño, não chegou porque o presidente não aceitou o negócio oferecido pelo Banco BMG. Os investidores não querem comprar o atleta paraguaio com medo da Fifa, mas aceitam emprestar o dinheiro para o Corinthians. Se o jogador vinga e é vendido, ótimo para todos. Senão, cabe ao clube pagar os 3 milhões de dólares cedidos pelo banco ao fim do contrato.

Sem os reforços que gostaria, sobretudo Dudu, a quem admira, Tite trabalha o Corinthians em meio ao fogo cruzado. Gobbi só quer pagar os salários do mês que vem e renovar com Paolo Guerrero. Andrés e Roberto de Andrade só querem reforços e a vitória nas eleições do próximo dia 7 de fevereiro.

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