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Everton Costa fará atividades, mas retorno ao futebol ainda não é certo

Maria Helena (psicóloga do Vasco), Neiva (esposa de Everton) e Everton Costa na coletiva dos médicos Imagem: Bruno Braz / UOL Esporte

Bruno Braz

Do UOL, no Rio de Janeiro

04/11/2014 11h03

Em coletiva realizada na manhã desta terça-feira no CFZ, no Recreio dos Bandeirantes (RJ), o cardiologista Gustavo Gouvêa, acompanhado do médico do Vasco Clóvis Munhoz, informou que o atacante Everton Costa, que se recupera de uma arritmia cardíaca ocorrida em abril, está liberado para realizar atividades leves no clube. Seu retorno ao futebol profissionalmente, porém, ainda não foi confirmado e dependerá das avaliações que serão feitas semanalmente daqui para frente.

"Nesse momento, o Everton não está liberado para voltar a jogar futebol. Nesses seis meses de recuperação, ele teve uma ótima evolução, não apresentou nenhuma arritmi e se sentiu bem o tempo inteiro. Isso fez com que a gente tomasse a decisão de liberar o Everton para fazer uma atividade física leve, que consistirá num acompanhamento do departamento de fisiologia, do Clóvis e meu. Vamos observar como ele irá se comportar com o esforço leve. Essa intensidade de atividade física vai aumentar progressivamente", disse Gustavo.

Everton Costa esteve presente na coletiva acompanhado de sua esposa Neiva e da psicóloga do Vasco, Maria Helena. O atacante, porém, preferiu não conceder entrevista.

De acordo com o cardiologista, que foi responsável pela cirurgia que implantou um desfibrilador portátil no jogador, o retorno de Everton Costa só acontecerá caso ele não apresente nenhum problema neste período de observação.

"Vamos fazer esse retorno leve. Se ele se comportar muito bem, não tiver nenhuma arritmia e mostrar que pode aumentar a carga de esforço, assim faremos. Essa volta dele aos campos não tem uma data. Não sabemos se vai acontecer. Neste momento, ele não pode jogar futebol profissionalmente. Vai depender do comportamento dele ao longo das semanas", salientou Gouvêa.

Gustavo, no entanto, não poupou elogios sobre a postura do atleta em relação a todo o tratamento a que foi submetido nestes seis meses de recuperação.

"Ele é um atleta e uma pessoa espetacular. Nunca saiu de nenhuma recomendação médica. Aceitou toda a proposta de tratamento. Ele entende perfeitamente o que ele precisa antes de jogar futebol, mas claro que quer jogar. Tenho certeza que, se pudesse, colocava a camisa e estava treinando, mas ele tem plena consciência de que as coisas devem ser feitas de forma devagar. É uma estratégia mais segura para ele.", destacou.

Caso Everton retorne ao futebol, ele será o primeiro atleta do Brasil a atuar profissionalmente com este desfibrilador portátil. De acordo com Gustavo Gouvêa, porém, no mundo há mais de 300 casos como este, sendo mais de 60 com jogadores deste esporte, sem nenhum tipo de registro de morte.

Sua preparação será traçada pelo fisiologista cruzmaltino Paulo Figueiredo sob a supervisão de Gouvêa e Munhoz.

Entenda o caso
No dia 16 de abril, na partida entre Vasco e Resende, pela Copa do Brasil, em São Januário, Everton Costa sentiu dores no peito no início do segundo tempo. Após pedir para ser substituído, ele sofreu um mal súbito no banco de reservas e teve que ser reanimado na ambulância do estádio.

Encaminhado ao hospital, o jogador passou por uma bateria de exames onde foi constatada uma miocardite (inflamação no músculo do coração), o que gerou uma arritmia cardíaca.

Após período de observação e uma nova ressonância magnética, foi diagnosticado que não houve uma grande evolução no quadro de recuperação e uma espécie de cicatriz ficou na região inflamada do coração do atleta.

Diante do fato, o cardiologista Gustavo Gouvea optou por um procedimento cirúrgico chamado de "desfibrilador implantado", que consiste em colocar um dispositivo que dispara choques automaticamente caso a pessoa apresente um novo quadro de arritmia.

 

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