Pressão dá resultado, e Palmeiras pode mudar comando do marketing
Danilo Lavieri
Do UOL, em São Paulo
01/08/2014 06h01
A falta de resultados pode gerar mudanças no departamento de marketing do Palmeiras. Pessoas da alta cúpula da atual gestão afirmaram ao UOL Esporte que Marcelo Giannubilo, diretor de remunerado do setor, corre sério risco de ser demitido. Sua saída é conversa constante entre os que mandam no clube.
Seu trabalho é avaliado como negativo, o que fica ainda pior pelo alto salário, que gira em torno de R$ 30 mil. O diretor foi contatado diretamente e também via assessoria de imprensa pelo UOL Esporte para se pronunciar, mas não respondeu às mensagens enviadas. O gerente do departamento, Rafael Zanette, também está sob análise.
Uma mudança poderia também ser uma reposta à pressão que Paulo Nobre tem sofrido por parte de conselheiros e sócios. Às vésperas da eleição, a troca pode angariar votos. Outra possibilidade é de Giannubilo terminar o atual mandato como diretor e deixar o cargo mesmo em caso de reeleição do atual presidente.
O principal fator que pesa contra sua gestão é muito conhecido de toda a torcida e imprensa: patrocínio máster. O clube não conseguiu nenhum parceiro desde janeiro de 2013, por todo o tempo em que Paulo Nobre esteve na presidência.
Justificativas para o fracasso nessas tentativas também já são conhecidas por todos, mas a desculpa já não dá o mesmo suporte de outrora.
Uma delas é de que os valores negociados não atingiram o ideal e que a camisa palmeirense não pode ser desvalorizada. Outra vertente diz que o Palmeiras tem trabalhado o marketing em vários outros aspectos e não só no patrocínio máster. Até mesmo a oposição já tentou ajudar nessa busca por um novo parceiro.
O problema é que a equipe não para de fazer empréstimos em nome do presidente e a falta de verba enfraquece qualquer argumento. A quantia de dinheiro obtido em nome do presidente já gira em torno dos R$ 100 milhões. Reuniões e mais reuniões no COF (Conselho de Orientação e Fiscalização) tentam definir um plano de pagamento que ainda precisará ter a ratificação do Conselho Deliberativo.
Como o jornal Lance! publicou, outro que tem seu trabalho com uma avaliação ruim é o diretor-executivo, José Carlos Brunoro. A falta de efetividade no marketing é mais um dos argumentos que jogam contra ele, além de algumas divergências em negociações com atletas.
O caso mais emblemático foi a saída de Alan Kardec para o São Paulo. Na ocasião, o diretor teve o acerto com o atacante e acabou desautorizado por Nobre. Ele pode ser outro que não seguirá.
Principal cabo-eleitoral de Nobre, o ex-presidente Mustafá Contursi, não esconde que é completamente contra a presença de profissionais como Brunoro e Giannubilo por causa dos salários considerados alto por ele. O atual mandatário, em contrapartida, considera indispensável a profissionalização do setor.