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Massagista-goleiro é elogiado por jogadores e diz: "Pensei 'vou morrer'"

Esquerdinha, massagista do Aparecidense que evitou gol do Tupi, dá entrevista ao Fantástico Imagem: Reprodução

Vanderlei Lima

Do UOL, em São Paulo

09/09/2013 06h00

O “massagista-goleiro”, que evitou a derrota e a eliminação do Aparecidense, de Goiás, na Série D viveu um sábado de euforia e medo. Ao UOL Esporte, por telefone, ele afirmou que seu ato foi impensado e chegou até temer pela sua morte no vestiário. Romildo Fonseca da Silva, de 42 anos, invadiu o gramado na partida e defendeu duas bolas dos atacantes do Tupi, de Minas Gerais. Os mineiros se classificariam para a próxima fase com o gol. O ato gerou revolta e Silva teve que correr para vestiário.

O jogo ficou paralisado, mas foi finalizado e o resultado mantido. Ao final do jogo, o massagista já estava no vestiário. Foi saudado pelos jogadores do time, mas disse que o ato foi repentino.

“Eu fui chamado para atender o zagueiro Elder. O Tupi ia fazer o terceiro gol. A bola estava entrando e foi quando eu invadi o gramado e por duas vezes evitei o gol que eliminaria o meu time”. A boa atuação do jogador tem antecedente: o massagista já tentou ser jogador de futebol como atacante e é irmão de Esquerdinha, ex-jogador do São Caetano.

O clima quente no sábado à noite tem justificativa. A partida valia classificação para as quartas de final. O jogo estava nos 44 minutos do segundo tempo e a partida empatada, 2 a 2. Resultado que classificava a equipe goiana.

“Saí correndo depois disso. O motorista do ônibus travou a porta do vestiário e foi a minha sorte. Pensei ‘vou morrer’. Em seguida, chegou a polícia e melhorou a segurança. Fiquei morrendo de medo, vão me matar. Pensei no meu emprego, não queria ficar fora do campeonato, ficar desempregado, foi um ato impensado”.

Mesmo não concordando com a atitude do massagista, o presidente do clube goiano, Wilson Queiróz, não pretende demiti-lo pois entende que Silva agiu por impulso. “O Esquerdinha [apelido que carrega por causa do irmão famoso] não será punido pelo clube. Está há 3 meses com a gente, agiu por impulso, fez isso por amor ao time. Agora, o Tribunal da CBF poderá afastá-lo”.

Romildo não conseguiu dormir depois do que fez, mas as palavras do presidente parecem que trouxeram certo alívio: “Não consegui dormir desde ontem [sábado]. A adrenalina é alta, os jogadores elogiaram, exaltaram a minha coragem, ficaram surpreendidos, ninguém esperava a minha coragem, mas tenho certeza que vou sofrer consequências pelo ato impensado. Não sou herói, do outro lado tem jogadores, as famílias dependem disso, acredito que eles (Tupi) estão se sentindo enganados, ludibriados. As famílias precisam do sustento do futebol. Sobre a declaração do presidente, estou sabendo agora. As palavras são de apoio nesse momento. A gente não pode ser abandonado pelo clube e pelas pessoas que a gente tentou ajudar, a verdade é que ajudei. Não foi um ato planejado ou pensado, foi por impulso”.

Silva está há três meses no Aparecidense, mas já rodou por outros clubes e trabalhou com técnicos como Gilson Kleina e Geninho. O massagista, agora, corre risco de ser suspenso. A partida pode ser anulada.

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