Na contramão dos boleiros, Dedé e Pierre têm carros diferentes como 'xodó'

Nada de Mercedes, Porches, Audis ou qualquer outro tipo de carros importado. O automóvel que ocupa o posto de preferido pelo zagueiro Dedé, reforço do Cruzeiro e que ainda não estreou pelo clube, é um Opala 1974. O jogador celeste faz questão de dizer que não é um colecionador, mas não poupa esforços para manter o veículo em ótimas condições.

“Só tenho este carro e, a princípio, vou ficar com apenas com ele na garagem. O carro fica na minha casa em Volta Redonda”, explica o jogador, em entrevista ao UOL Esporte. Manter o ‘possante’ bem guardado na cidade onde nasceu, no Estado do Rio, é uma estratégia para preservá-lo.

O gosto ‘estranho’, levando-se em conta a preferência dos jogadores de futebol, não é exclusividade de Dedé. O volante Pierre, do Atlético-MG, é proprietário de um Chevrolet Vectra Elegance. Em comum, entre os dois atletas, que defendem clubes historicamente rivais, está o hobby de modificar os carros. Além disso, ambos os utilizam com cautela, reservando-os para ocasiões especiais.

No dia a dia, incluindo os deslocamentos para treinos, por exemplo, Pierre e Dedé utilizam-se de carros atuais. A vontade de ter carros populares surgiu para os dois jogadores ainda na infância. Entretanto, ambos fizeram modificações para deixarem suas “paixões” com a “cara” dos boleiros.

Dedé explica que o desejo foi iniciado quando era adolescente. Quando teve oportunidade, fez algumas modificações, como as rodas cromadas, que são avaliadas em aproximadamente R$ 5 mil.

A pintura e a lataria do carro também passaram por reformas. A paixão pelo carro é tanta que o jogador fez até um vídeo mostrando a suspensão do seu carro. “Sempre tive vontade (de ter um carro como esse), quando surgiu a oportunidade comprei o Opala e reformei do meu jeito. É um modelo Super Luxo de 1974”, explica.

Já o Vectra acompanha Pierre há quatro anos. O volante não sabe o valor que investiu para que o carro ficasse como está hoje. O defensor alvinegro tem outro carro de passeio, para sair e viajar com a família, "guardando" o xodó para os dias especiais e para andar em Belo Horizonte

“Comprei o Vectra para fazer o que sempre quis, tunei-o, coloquei suspensão a ar, fiz muitas mudanças, gastei um bom dinheiro, mas ficou como eu queria. Hoje, é meu xodó. Não tem jeito. Não abro mão dele de jeito nenhum”, disse Pierre.

O jogador atleticano conta que a moda Velozes e Furiosos o agrada há tempos. “Isso é uma paixão desde criança. Sempre fui apaixonado por carro. Todas as vezes que comprava um carro, gostava de mexer, colocar roda, som, deixar ele no meu estilo”, afirmou.

Propostas recusadas

Os dois jogadores afirmam que já receberam propostas para vender os carros, valorizados por causa das modificações. Entretanto, afirmam que não pretendem abrir mão de suas paixões. O zagueiro Dedé, por exemplo, só usa o Opala em sua cidade natal. 

Já o volante Pierre disse que não valeria à pena vender, depois das modificações feitas. “Já tentaram comprar, perguntaram se venderia, mas não vendo. Eu fiz do carro uma paixão, armei ele como eu sempre quis, com tudo. Modifiquei suspensão, farol, roda, capô”, explicou Pierre.

O carro do jogador, que é bastante modificado, chama atenção de todos, pela diferença no estilo, com seus vidros pretos, a cor prata, os faróis modificados e o capô na cor preta. Pierre reconhece que na rua também chama atenção onde passa, “Todo mundo olha, gosta, dá orgulho”, finaliza o volante.