Passado fascista de treinador italiano causa tumulto na Inglaterra
Do UOL, em São Paulo
02/04/2013 10h32
O técnico Paolo Di Canio, ex-jogador da Lazio, foi contratado recentemente pelo Sunderland, da Inglaterra, e causou polêmica no país em razão de seu passado: ele assumiu, em 2005, que é fascista. Segundo ele, é "ridículo e patético" discutir essa questão novamente.
Di Canio, quando atuava pela Lazio, chegou a comemorar gol contra a Roma, no clássico da capital italiana, fazendo gesto fascista em direção à torcida ultra da Lazio, que segue a mesma diretriz política. "Sou fascista, não racista", declarou o ex-jogador em 2005.
A contratação de Di Canio pelo Sunderland fez com que David Miliband, ex-membro do Parlamento inglês e parte do conselho do clube, se demitisse. O novo técnico se recusou a comentar a situação, e disse que pretende falar apenas de futebol.
"Não quero mais falar de política por uma razão. Eu não faço parte do parlamento, não sou uma pessoa política. O clube divulgou nota com palavras muito claras sobre minha posição”, disse Di Canio.
Membros de organizações políticas também fizeram declarações contra o italiano. Dave Hopper, secretário-geral de uma associação de mineiros considerada “poderosa” na Inglaterra, disse que a contratação de Di Canio pelo Sunderland “é uma desgraça e uma traição a todos que lutaram contra o racismo”.
Já Piara Power, diretor da FARE (Futebol Contra o Racismo na Europa), declarou que acha “preocupante” a contratação de Di Canio, já que ele “rechaça” seus gestos do passado.
Di Canio já trabalha na Inglaterra desde 2011, e treinava o Swindon Town, de divisões inferiores do país. Porém, a polêmica cresceu assim que ele foi contatado por uma equipe da divisão principal do campeonato inglês.