Teisa recua, Santos fica sem dinheiro e conselheiros cobram R$ 40 milhões prometidos
Samir Carvalho
Do UOL, em Santos (SP)
03/07/2012 06h00
Após dois anos e meio de títulos, golaços e Neymarmania, o Santos encara a ressaca da eliminação na Libertadores e um início fraco de Campeonato Brasileiro. Com esses tropeços, chegam ao clube reclamações de Muricy Ramalho por falta de reforços, investidores hesitantes e sinais de guerra política.
A falta de recursos para contratações é causada principalmente pela postura da Teisa, grupo de empresários santistas ligado ao presidente Luís Álvaro de Oliveira Ribeiro. Os investidores, que compraram 5% dos direitos econômicos de Neymar e investiram nas contratações de Arouca, Elano, Henrique e Ibson, não ficaram satisfeitos com o resultado apresentado pelos últimos três jogadores e estão cautelosos com novos investimentos.
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ATLETAS | VALOR PAGO | PORCENTAGEM |
Neymar | R$ 3,5 mi | 5% |
Arouca | R$ 1,7 mi | 20% |
Henrique | R$ 2,2 mi | 20% |
Elano | R$ 1,5 mi | 20% |
“Toda vez em que queremos trazer um jogador, vamos competir com outros times, e não temos condição nenhuma. Nós vamos tentar buscar no mercado jogadores de acordo com a nossa possibilidade. Outros clubes estão fortes na parte financeira”, lamentou Muricy, que viu o Santos perder a concorrência por Zé Roberto e Romarinho, que foram para Grêmio e Corinthians, respectivamente.
Além de verem a Teisa recuar em relação a novos gastos com reforços, sócios e conselheiros do clube – inclusive os que apoiam a atual gestão – cobram os R$ 40 milhões prometidos na última eleição pelo grupo e pelo presidente Luís Álvaro. O dinheiro seria utilizado prioritariamente para realizar contratações.
“O Luís Álvaro falou isso no dia 6 de dezembro de 2009. Aliás, ele disse isso antes e depois de ganhar as eleições. Os conselheiros, sócios e correligionários do Santos cobram os R$ 40 milhões prometidos em sua eleição”, disse Celso Leite, conselheiro que foi relator da comissão fiscal do clube até o fim de 2011.
Reforços machucados
Conselheiros, sócios e até integrantes da chapa Resgate, que liderou a campanha de Luís Álvaro nas últimas duas eleições, chegaram a criar um perfil no Facebook para cobrar e apontar erros da atual administração do Santos.
A principal reclamação fica por conta da reposição de atletas negociados na temporada passada. Os torcedores alegam que o Santos vendeu a “peso de ouro” os laterais Danilo e Alex Sandro ao Porto, de Portugal, e trouxe em troca jogadores que sofrem com lesões.
“Eles trouxeram jogadores incapazes de jogar. Fucile, Gerson Magrão, Renteria e Bernardo, atletas que só ficaram no departamento médico do clube. Mandaram o Ibson embora no meio da Libertadores e trouxeram dois que não podem jogar (David Braz e Galhardo)”, reclamou Leite.
Além disso, há protestos também sobre contratações no quadro de funcionários do clube. Na semana passada, o Santos contratou o ex-vice presidente da chapa Resgate,Ricardo Hourneaux de Moura, para ser o administrador do CT Rei Pelé, pagando mais de R$ 10 mil de salários por mês.