Sem bom convite, Pedrinho ameaça parar de vez e desabafa sobre "podrinho" e perseguição
José Ricardo Leite
Do UOL, em São Paulo
18/04/2012 14h01
O meio-campista Pedrinho, ex-Palmeiras e Vasco, deve voltar a pendurar as chuteiras nas próximas semanas se não receber nenhuma oferta de algum clube que o agrade. Ele já não crê em um convite interessante e já fala como novo aposentado.
Meia canhoto e habilidoso, Pedrinho anunciou o fim da carreira em 2009, quando atuava pelo Figueirense. Mas aos 34 anos decidiu voltar e jogou o Estadual do Rio pelo Olaria, com boas apresentações, anotando três gols no Estadual. Como o time não avançou no Carioca, o meia agora está inativo.
“Não sei agora, me dediquei muito e, apesar da campanha ruim do time, tive desempenho surpreendente. Não quero bater de porta em porta, não vale a pena. Só queria mostrar para as pessoas que não tenho problemas físicos. Planejava jogar bem e ter visibilidade. Agora é retomar à vida que eu tive nos últimos anos”, disse ao UOL Esporte. "Agora é aproveitar meus filhos, minha família", continuou.
“Nos clubes que passei, pelo meu histórico, eu não tinha o direito de ter problemas. Não vou citar nomes por questão de ética, mas tem jogadores que se machucam cinco, seis vezes por temporada e ninguém fala nada. Às vezes eu até escondia lesão [leves] porque se não todo mundo ia começar a falar”, desabafou.
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“Existem muitos rótulos no futebol, falam muitas merdas. Falam que é chinelinho, que jogam por dinheiro. Não só eu, mas muitos jogadores são contrários a essa situação. Muitos são profissionais. Eu abdiquei da família para os lugares que passei. Quando falavam ´chinelinho´ me doía muito por dentro. Quando as pessoas falavam ´podrinho´, aquilo me magoava. Porque eu me sentia ofendido. Eu acordava cedo, me tratava, fazia gelo em casa, dormia cedo. Queria recuperar. É um conflito muito grande. Sofri um grande preconceito”, continuou.
O meia disse ter voltado a jogar por prazer e que está estabilizado financeiramente. Já trabalha com agenciamento de novos atletas e futuramente pensa em se aventurar em novas áreas que envolvam o esporte.
“Tenho um escritório em São Paulo, tenho um sócio e jogadores que agenciamos. O mais expressivo é o Rafinha, que está no Coritiba. Tenho aberto leque de outras situações, ser comentaristas ou ter um cargo no Vasco, por exemplo. Vamos dar tempo ao tempo”, finalizou.