Havelange evita se manifestar e considera denúncia de corrupção 'absurda', diz jornal
Do UOL Eesporte
Em São Paulo
15/06/2011 08h28
O ex-presidente da Fifa João Havelange decidiu que não vai se manifestar publicamente sobre a acusação de corrupção pela qual teve aberta a investigação pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) na terça-feira. Por meio de sua assessoria, o ex-dirigente considerou a acusação como absurda e pede que o caso seja apurado.
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De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, a assessoria de Havelange afirma que não vai se manifestar até que sejam apurados os motivos pelos quais a Associação Inglesa de Futebol (FA) deu início a uma “onda de denúncias absurdas” contra a Fifa.
Para Andrew Jennnings, escritor e apresentador da emissora britânica de TV BBC, que foi autor de publicações que revelaram os bastidores do esporte, a decisão do COI pode simbolizar uma mudança histórica no combate à corrupção.
“O COI decidiu ir à cúpula máxima do futebol, representada por Havelange. Ele achava que jamais isso ocorreria com ele”, afirmou Jennings. “A decisão do COI é simplesmente um recado claro a todos na Fifa: o mundo não suporta mais a forma pela qual vocês estão lidando com o futebol”, completou.
O Comitê Olímpico Internacional anunciou na terça-feira a investigação a João Havelange após denúncia veiculada pela BBC na qual o dirigente de 95 anos estaria envolvido em um caso de suborno.
“O processo foi aberto. Posso confirmar isso”, afirmou Jacques Rogge, presidente do COI, que deverá anunciar o resultado da investigação no segundo semestre deste ano. A entidade revelou ao jornal que tenta confirmar a autenticidade de documentos exibidos pela emissora britânica, com transações que chegam a US$ 1,5 milhão.
O Comitê de Ética do COI vai preparar um relatório nos próximos meses para que seja esclarecida a participação de Havelange no caso de suborno e promete a divulgação do resultado mesmo se não houver comprovação das suspeitas.
VEJA O COMENTÁRIO DO JUCA KFOURI
Será engraçado reler as laudatórias biografias feitas sobre a vida do chefe dos chefes, paradigma dos Teixeiras e Nuzmans espalhados pelo país, assim como rever bajulatórias entrevistas com ele. |
A BBC divulgou que João Havelange e o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, teriam entrado em acordo com o presidente da Fifa, Joseph Blatter, para manter em sigilo o caso após ambos terem admitido ao tribunal suíço de Zug que receptaram propinas em valor acima de US$ 100 milhões, em caso referente ao período em que a empresa de markegin ISL era a detentora das vendas dos direitos de transmissão da Copa do Mundo, entre os anos de 1989 a 1999.
Por não ser membro do Comitê Olímpico Internacional, o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, não será investigado pela entidade.
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