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Empate torna festa de Ronaldo jogo de risco diante de torcida mais crítica do país

Fred passou em branco no empate com Holanda e a seleção saiu vaiada pelos goianos Imagem: Ricardo Moraes/Reuters

Bruno Freitas

Em Goiânia

05/06/2011 07h40

A história recente da seleção brasileira mostra que não tem sido fácil jogar em São Paulo diante da torcida com a reputação de ser a mais crítica que a equipe nacional pode encontrar dentro do país. Agora, depois do empate sem gols com a Holanda em Goiânia no sábado, o time de Mano encara a Romênia no que era para ser mais um jogo festivo para Ronaldo, mas que acaba de ganhar uma dose de risco. 

SELEÇÃO SOFRE EM SÃO PAULO

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Brasil 2 x 0 Equador - 22/08/1993
A seleção vinha em uma campanha de altos e baixos nas eliminatórias para a Copa e jogou em São Paulo com a obrigação de vencer. A torcida paulista pegou no pé do time e cantou por Telê Santana para a vaga de Parreira (na época Telê vivia grande momento com o São Paulo). No fim, vitória com um gol de Bebeto e outro de Dunga, que comemorou raivosamente junto com Jorginho, ambos esbravejando em direção às arquibancadas.

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Brasil 1 x 0 Colômbia - 15/11/2000
Mais uma vez em trajetória sinuosa nas eliminatórias da Copa, a seleção parou em São Paulo para enfrentar os colombianos. A partida foi complicada e o gol de Roque Júnior veio apenas no final. Mesmo assim, a torcida resolveu manifestar a sua contrariedade contra a equipe de Emerson Leão arremessando no campo uma infinidade de bandeirinhas de plásticos, distribuídas especialmente para a partida

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Brasil 2 x 1 Uruguai - 21/11/2007
A edição das eliminatórias estava apenas no começo, mas a torcida paulista foi severa com a atuação do time de Dunga, que saiu atrás no placar e teve imensa dificuldade para virar o confronto, com dois gols de Luís Fabiano. Enquanto esteve em desvantagem, após o gol de Louco Abreu, a seleção foi vaiada implacavelmente pelas vozes das arquibancadas. A ala são-paulina do estádio ainda cantou por Rogério Ceni, jogando pressão sobre Julio Cesar.

O Pacaembu recebe na terça-feira o último teste da seleção antes da Copa América e a previsão é de que a necessidade de consolidar convicções para o torneio precise conviver de alguma forma com o ambiente festivo da despedida oficial do Fenômeno dos gramados.

Em Goiânia, a seleção de Mano não conseguiu jogar bem e ficou no 0 a 0 com a Holanda, no jogo então decantado como a revanche da derrota brasileira para o mesmo adversário nas quartas de final da Copa passada. Sem convencer, a equipe deixou o gramado do Serra Dourada com uma vaia pesada como trilha sonora.

“Não vai deixar de ser um teste por causa da festa do Ronaldo. Teremos a festa, mas nós temos mais uma oportunidade de trabalhar bem a equipe. Só que desta vez precisamos fazer gols”, afirmou o titular André Santos após o empate com os holandeses no Serra Dourada.

Empatar com os atuais vice-campeões do mundo não deveria inspirar um momento de crise. Mas o fato é que o projeto da seleção nas mãos de Mano Menezes chega às portas de sua primeira competição oficial sem nenhuma vitória sobre adversários de primeiro escalão. Antes do 0 a 0 com os holandeses, o Brasil havia perdido recentemente clássicos contra Argentina e França. Os triunfos aconteceram apenas contra rivais de média expressão.

É este contexto que a seleção leva ao campo do Pacaembu na noite de terça, diante de uma torcida que tradicionalmente não costuma ter muita paciência com a seleção em instantes de dificuldades (como se vê na tabela).

No mesmo pacote, além da necessidade de uma apresentação convincente, a equipe ainda terá em campo alguns jogadores pressionados pela possibilidade de corte da lista para a Copa América, que será divulgada por Mano ainda no Pacaembu, na coletiva pós-jogo. Nomes que estarão em campo podem acabar fora da relação.

“A pressão sempre vai existir na seleção brasileira. Temos que aproveitar mais essa oportunidade de trabalhar o time, de jogar diante da nossa torcida”, diz sem alarmismo o capitão Lúcio, que em uma década na equipe nacional já experimentou todas as fases possíveis.

A previsão é de que Ronaldo entre no meio desse cenário, por volta dos 30min do primeiro tempo, para ficar em campo até o intervalo, quando receberá a homenagem oficial da CBF. “Ronaldo não joga há bastante tempo e não podemos colocá-lo dentro de campo por muito tempo. Vamos dar o carinho que ele merece por tudo que fez”, disse Mano após o empate de Goiânia no último sábado.

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