Invasão de argentinos para final da Copa vira tema entre jogadores no Qatar
Colunistas do UOL, em Doha (Qatar)
18/12/2022 04h00
Classificação e Jogos
A torcida mais comentada de toda a Copa do Mundo do Qatar, a Argentina vai receber outras milhares de pessoas como reforço nas últimas horas antes de a bola rolar para a final contra a França, neste domingo (18), às 12h (de Brasília), no estádio Lusail.
A companhia Aerolíneas Argentinas vendeu mais 12 vôos extras desde a vitória contra a Croácia, pela semifinal, saindo de Buenos Aires direto para Doha, capital do Qatar. Para se ter a ideia do tamanho da procura, o primeiro voo foi esgotado em menos de meia hora. Tudo isso por preços que começam em R$ 25 mil a cada trecho. A questão é que quase ninguém dessa turma tem ingresso.
Nas últimas horas, a concentração de argentinos na porta do hotel da delegação aumentou e a única saída viável até aqui tem sido pagar muito mais do que o preço original na mão de cambistas ou de torcedores de outros países que tinham entradas e acabaram vendendo por conta das eliminações.
A invasão em Doha e as ruas tomadas em Buenos Aires e em outras cidades da Argentina já é tema na delegação dos hermanos e, inclusive, tem arrancado lágrimas de torcedores e membros da comissão técnica por causa da mobilização.
"Eu estou no lugar que qualquer argentino queria estar, que é treinando a seleção. Não tem como não me emocionar. Estou orgulhoso e muito entusiasmado de viver o que estou vivendo e vendo toda a repercussão que temos", disse o técnico Lionel Scaloni, à véspera da decisão do título.
"Mas eu sinto muito pelos os que estão aqui e não vão assistir a esse jogo. Me encantaria que todos pudessem estar, que o estádio tivesse capacidade. Estar aqui é algo incrível, espero que a maioria possa assistir e que a gente dê uma alegria", completou.
O goleiro Emiliano Martínez foi outro que falou do poder da torcida e da relação entre o povo e o time. Com a internet e redes sociais, ele deixou claro que acompanha quase que em tempo real a mobilização que acontece nas ruas da Argentina.
"Em cada estádio a gente se sente local. A gente sente o calor do povo, não só dos que estão aqui. E isso te faz sentir como se estivesse jogando na Argentina. Acho que é até por isso que soubemos reagir tão bem após a derrota contra a Arábia [Saudita, na estreia neste Mundial]", disse o camisa 23.
"Eu lembro que na última final [da Argentina, em 2014, na derrota para a Alemanha], eu estava fazendo churrasco com meus amigos, como em todo Mundial. Eu tenho essa conexão com torcedores. Os argentinos são muito passionais, amam o país acima de tudo e a gente trata de mostrar isso no estádio", completou.