Franceses ignoram Cavani e se preparam para sofrer com defesa do Uruguai
Marcel Rizzo
Do UOL, em Moscou (Rússia)
05/07/2018 20h00
Cavani vai fazer falta muita falta ao Uruguai se realmente não entrar em campo? Os jogadores franceses, claro, dizem que sim, já que é um dos principais atacantes do mundo. Mas emendam com uma ressalva: ele não é defensor e o Uruguai continuará se defendendo muito bem.
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"Uma coisa é certa: nesse jogo contra o Uruguai você tem que se preparar para sofrer", disse o zagueiro Adil Rami. Apesar de reserva, aos 32 anos o jogador do Olympique de Marselha é, ao lado do goleiro Mandanda, o mais experiente de um elenco jovem e inexperiente, como costuma dizer o técnico Didier Deschamps.
O sofrimento a que se referiu Rami, e que foi repetido por Griezmann e por Matuidi, é o de ter que impor jogo a um Uruguai retrancado, esperando a França. Nos dois primeiros jogos do Mundial, contra Austrália e Peru, os franceses sofreram justamente porque precisaram ter a bola, indo para cima, e usando pouco a velocidade contra times que ficaram esperando, esperando, esperando...
"Lógico que o Cavani fará falta, é um dos jogadores excepcionais hoje em dia. Mas o Uruguai vai continuar se defendendo muito bem sem ele, é o que sabem fazer com excelência", repetiu Matuidi.
Suspenso por cartões amarelos, o meia reconhece que seu time, muitas vezes, tem dificuldade contra equipes que se postam sem a bola. Deschamps falou um pouco sobre isso antes de enfrentar a Argentina nas oitavas de final: esperava um time fechado, que não desse espaço para a velocidade francesa. No final, Jorge Sampaoli adiantou sua linha defensiva e deu muito campo para Mbappé correr. Placar final 4 a 3 para a França.
"É uma maneira que conseguimos render mais em determinado setor do campo. Acho que confrontos contra equipes como o Uruguai, que vai se posicionar muito fechada, realmente não nos favorecem", admitiu Griezmann.
Ao lado do Brasil, o Uruguai é o time nas quartas de final que menos sofreu gols, apenas um, nas oitavas de final para Portugal. Em uma bola alçada na área, para o zagueiro Pepe, algo que não é a especialidade da França. Eles preferem a bola no chão aos cruzamentos (muitas vezes) aleatórios.
"Vamos ter que ter paciência, sabemos disso. O Uruguai é um time que defende eficientemente, tomam poucos gols, e temos que saber o momento certo para aproveitar", afirmou o técnico Didier Deschamps.