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Mesmo com vaga antecipada, tensão da França com imprensa só aumenta

Mbappé (dir.) comemora com Griezmann, da França (Photo by Catherine Ivill/Getty Images)

Rodrigo Mattos

Do UOL, em Moscou (Rússia)

25/06/2018 20h00

A França venceu seus dois primeiros jogos na Copa do Mundo da Rússia e garantiu classificação para as oitavas de final com uma rodada de antecedência. Mas nem os resultados positivos melhoraram a relação de dois de seus maiores astros com a imprensa do país. Pogba e Mbappé têm uma relação tensa com a mídia, cheia de altos e baixos. E esse voltou a ser o tema nos dias anteriores ao jogo diante da Dinamarca, o último da primeira fase.

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O meio-campista do Manchester United chegou a ficar quatro anos sem dar entrevistas para jornalistas de seu país. Ao voltar a falar, neste domingo, brincou: "eu amo vocês, senti sua falta", disse para os repórteres. Sua atitude bem-humorada foi bem recebida.

O técnico Didier Deschamps observou que a mudança de postura não foi, verdadeiramente, uma mudança. Segundo ele, Pogba sempre foi sincero e apenas ganhou maturidade para lidar com essas questões. "Após 15 dias, ele não foi de patinho feio para um cara sincero. Ele sempre foi sincero comigo. Claro, teve momentos difíceis, mas acumulou muita experiência para lidar com isso", analisou o técnico.

Do outro lado da balança, os franceses publicaram que Mbappé não falaria mais com jornalistas. O motivo seria a irritação com críticas após seu primeiro jogo - no segundo, ele foi elogiado. Questionado, o técnico Didier Deschamps não deu muita importância ao tema:  "não sei. Eu vi os rumores, mas ele não falou comigo sobre isso."

Sem a confirmação do boicote, é certo que a postura de Mbappé gera questionamentos. Inclusive de ex-jogadores. De forma dura, o ex-atacante Eric Cantona, que comenta na TV francesa Channel Plus, afirmou: "sua atitude preocupa porque denota certa arrogância, impressão de superioridade". Em seguida, disse que críticas podem incomodar, mas os jogadores têm que acostumar com elas. "Se não quer, sempre pode mudar de emprego, mas, cuidado, não há muitos empregos que pagam tão bem."

Imagem: Catherine Ivill/Catherine Ivill

Essa crítica lembra um pouco da controvérsia entre Neymar e jornalistas da Globo. Amigos do jogador demonstraram irritação com comentários de Galvão Bueno durante jogo, e o pai do atleta já rebateu uma crítica de Casagrande antes da Copa.

Outro que não parece estar tão ansioso para lidar com jornalistas foi Antoine Griezmann. Assediado por clubes como o Barcelona, ele anunciou que permaneceria no Atlético de Madrid em um vídeo publicado um canal próprio. Depois, se recusou a responder perguntas sobre o assunto em entrevista.

Algo parecido com Neymar, que tem usado mais suas redes sociais do que as conversas com a imprensa para se pronunciar. Assim como Pogba, ele também já adotou um período de silêncio com a mídia brasileira, que já acabou.

Também como no Brasil, outros jogadores de menos pressão têm uma relação amena com a imprensa. Capitão, Varane já pediu uma atitude mais positiva dos jornalistas, mas, normalmente, não se incomoda com perguntas, nem com a comparações com o time campeão de 1998. O mesmo ocorre com atletas como Thiago Silva, Marcelo ou Phillipe Coutinho.

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