Mais caro da Copa, palco de Brasil x Costa Rica divide luxo com puxadinhos
Dassler Marques e Pedro Ivo Almeida
Do UOL, em São Petersburgo (Rússia)
21/06/2018 20h00
São Petersburgo chama a atenção pela sua imponência. A antiga capital do império russo é palco de construções luxuosas que mesclam grandiosidade e modernidade. E a casa da Copa do Mundo na região não poderia ser diferente. Imponente, o estádio mais caro do Mundial lembra uma gigante nave espacial e se destaca na paisagem da ilha de Krestovsky. A suntuosidade, no entanto, divide espaço com “puxadinhos” e diversos improvisos no palco do jogo da seleção nesta sexta-feira (22), contra a Costa Rica, às 9h (de Brasília).
Sob algumas perspectivas, os ares modernos se destacam, como o gramado retrátil que pode transformar o estádio em uma casa de shows. O torcedor mais atento que for acompanhar os jogos no local pode se deparar com uma série de andaimes e grades no meio do caminho.
Dentro da arena, as modernas arquibancadas dividem espaço com construções temporárias que visam aumentar a capacidade do anel superior e outras utilizadas para acomodar mais convidados em áreas VIP. Os "puxadinhos" também marcam presença em locais acostumados a poltronas confortáveis e espaçosas.
Grandioso quando comparado às outras arenas do Mundial, o estádio de São Petersburgo tem inúmeras áreas internas para convidados, torcedores e delegações. No entanto, não conseguiu abrigar um auditório para conferências de imprensa, como ocorre nas sedes com padrão Fifa. Na arena da cidade, a sala de coletiva fica do lado externo, em um contêiner. Esse contêiner serve de palco para as entrevistas de treinadores, capitães e destaques dos jogos. Tudo bem improvisado diante de estrelas do futebol. E, novamente, os andaimes se fazem presentes.
Problemas, denúncias e “lixão” no local
Apesar de se destacar em uma primeira impressão, a Arena de São Petersburgo não chega a ser exatamente motivo de orgulho para o povo local. Idealizado em 2006, muito antes do projeto russo para receber uma Copa do Mundo, o estádio levantou inúmeras polêmicas até sua inauguração.
Inicialmente, sofreu com o impasse sobre sua capacidade. Quando decidiram subir a lotação máxima para 64 mil torcedores, novas fundações em uma área delicada precisaram ser feitas. A região originalmente pantanosa era um “lixão” que acumulava os detritos produzidos em São Petersburgo.
Definido o projeto, as obras atraíram holofotes novamente. Tudo por conta das denúncias de trabalho escravo e suspeitas de superfaturamento. O projeto foi finalizado ao custo de R$ 2,3 bilhões e demorou mais de uma década para virar realidade.
Nesta sexta-feira, São Petersburgo e seleção tentam se afastar das imagens problemáticas. Enquanto a cidade se esforça para ser a casa de maior hospitalidade aos torcedores brasileiros, o time de Tite tenta se recuperar na Copa. Depois de um empate por 1 a 1 com a Suíça na estreia, o Brasil vai ao gramado da moderna arena para enfrentar a Costa Rica e espantar a chance de zebra no Mundial.
FICHA TÉCNICA
BRASIL X COSTA RICA
Data: 22 de junho, sexta-feira
Local: Estádio Krestovsky, em São Petersburgo (Rússia)
Horário: 9h (de Brasília)
Árbitro: Bjorn Kuipers (Holanda)
Assistentes: Sander van Roekel e Erwin Zeinstra (ambos holandeses)
BRASIL: Alisson; Fagner, Thiago Silva, Miranda e Marcelo; Casemiro; Willian, Paulinho, Philippe Coutinho e Neymar; Gabriel Jesus.
Treinador: Tite
COSTA RICA: Keylor Navas; Cristian Gamboa, Johnny Acosta, Óscar Duarte, Giancarlo González e Bryan Oviedo; Bryan Ruíz, Celso Borges, David Guzmán e Johan Venegas; Marco Ureña.
Treinador: Óscar Ramírez