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Técnico diz que evolução tática sobre time de Kleina é um dos segredos da Ponte

Guto Ferreira está perto de levar a Ponte Preta sem derrotas até as finais do Paulista Imagem: UOL Esporte

Bruno Freitas

Do UOL, em São Paulo

03/04/2013 12h40

Em um campeonato com média de público decepcionante, clássicos sem muita graça e grandes desinteressados, a Ponte Preta desponta como talvez a única atração interessante. O time de Campinas é o único invicto do Paulista após 16 rodadas, peitou os favoritos em confrontos diretos e atrai olhares para o trabalho do técnico Guto Ferreira. Perto das finais, o treinador afirma que a campanha já permite que sua equipe sonhe com algo relevante.

O profissional ainda diz que o desempenho tem o dedo do antecessor Gilson Kleina, hoje no Palmeiras. O que mudou, para Ferreira, foi a maneira tática do time se comportar em campo. No próximo domingo, fecha este ciclo no duelo com o Palmeiras de Kleina, treinador que ocupou o banco no Moisés Lucarelli até o segundo semestre de 2012.

Atualmente a Ponte Preta aparece na segunda colocação do Paulista, com 34 pontos, apenas um abaixo do líder São Paulo. Além da campanha sem derrotas, o time de Campinas tem a defesa menos vazada (11 gols) e o artilheiro isolado do campeonato, William. Se as grandes forças olham para outros alvos na temporada, esse não é um problema do time de Campinas.

No embate específico com os grandes, até o momento, a Ponte Preta venceu Corinthians e Santos e segurou o 0 a 0 com o São Paulo no Morumbi. 

Na entrevista abaixo, Guto Ferreira fala da importância deste jogo com o Palmeiras e reforça o perfil de humildade da sua Ponte Preta diante dos "grandes investimentos" de rivais ao título. Confira:

UOL Esporte: A campanha da Ponte é surpresa para muita gente. É surpresa para vocês também?

Guto Ferreira: A gente vem conseguindo resultados importantes. É surpresa só se você não espera nada disso. Temos trabalhado para conseguir resultados nessa totalidade. Mas, pensarmos em ficar invictos tanto tempo... é surpresa, sim. Nós nos preparamos para chegar nesse estágio que estamos. Estar entre os quatro primeiros era o objetivo da Ponte. Depois disso podemos brigar por algo grande, buscar esse sonho. A nossa campanha até aqui nos permite poder sonhar. Agora, se vamos conseguir, são outros quinhentos.

UOL Esporte: Já dá para falar na Ponte como uma das grandes candidatas ao título?

Guto Ferreira: Grande é uma coisa que está fora da maneira pensar. Na Ponte trabalhamos com humildade.  Sabemos das nossas deficiências e das nossas virtudes. Essa palavra grande fica para quem tem grandes investimentos.

UOL Esporte: Você está preparando uma formação reserva para a estreia na Copa do Brasil [contra o Itabaiana, na quinta]. Isso já sinaliza uma prioridade ao Paulista nesta reta final?

Guto Ferreira: É uma somatória de coisas. É mais pela sequência de jogos, a equipe acusou a sequência contra o XV no sábado. Estamos numa sequência de quatro jogos, ou estourando 72 horas ou menos do que isso. Se eu colocar meu time que vem jogando, numa viagem que não é curta até Sergipe, no interior, ele não aguenta. Até temos 72 horas, mas não enche o tanque inteiro. E temos um jogo contra um concorrente direto, com os mesmos objetivos, que é o Palmeiras. Não deixa de ser uma oportunidade para quem não vem jogando. Para jogar é preciso ganhar ritmo. Não é menosprezo nenhum ao Itabaiana. Confiamos em quem vai jogar.

UOL Esporte: No Paulista, você tem o Cicinho, um lateral que joga em outras posições com destaque. Tem o Cléber, bom valor na zaga, além do William, que vem marcando os gols. Na sua opinião, tem algum jogador que simbolize esse momento da Ponte?

Guto Ferreira: Todos os jogadores entram em campo. Todos eles são a marca registrada da Ponte, que é o coletivo. A alma desse time está na maneira como ele encara os jogos. Ele tem muita consciência do que quer.

UOL Esporte: O Gilson Kleina deixou a Ponte no ano passado [para assumir o Palmeiras] com um trabalho muito elogiado. Ainda existe algo dele no time de hoje, ou diria que a assinatura já é 100% sua, taticamente falando?

Guto Ferreira: É até importante você perguntar isso. Toda equipe que você deixa fica alguma coisa. Eu larguei o Mogi Mirim ano passado, mas hoje já tem o trabalho do Dado (Cavalcante). Se você pegar a espinha dorsal, ver quem era titular com o Kleina: o Edson Bastos, o Ferron, o Baraka, que jogava comigo no Mogi, o Uendel e o Cicinho. São cinco jogadores. E a equipe não marcava zonal, como hoje marca no nosso trabalho. A estrutura tática foi alterada a partir do jogo com o Santos ano passado [no Brasileiro], desde ali mudou a maneira de jogar. Dentro de um sistema que já começava a usar ideias táticas nossas. É o que esta aí hoje, se aperfeiçoando. Como foi com o Kleina quando ele chegou ao Palmeiras. Hoje é o time do Keina, não mais do Felipão.

UOL Esporte: Como está sua relação com a Ponte, tem contrato até quando? Tem recebido sondagens?

Guto Ferreira: Tenho contrato até dezembro. Sondagem sempre acontece, mas não nacionais, só de fora do país. Mas neste momento estamos pensando só no Paulista. Temos esse compromisso com a Ponte. Se existir algum interesse, primeiro tem que avançar de alguma maneira com a Ponte, porque existe esse víinculo. A gente vai plantando. Acredito que, se a gente precipitar a colheita, colhe verde. Tudo acontece no momento certo.

UOL Esporte: Você tem uma extensa experiência em categorias de base, com passagens por São Paulo e Internacional. Quais jogadores você revelou nesses clubes?

Guto Ferreira: Não diria revelar, mas contribuir para a formação desses jogadores. É um termo melhor. No São Paulo foram Álvaro, Edmilson, Fabio Aurélio, Edu, Fabiano, Fabio Simplício, Jean, Halisson, o Emerson Sheik. O França jogou comigo nos aspirantes. No Inter jogaram comigo Lucio, Diogo Rincón, Fabio Pinto, Daniel Carvalho, Nilmar, Leandrão, Claiton, Fábio Rochemback. Como coordenador foram Alexandre Pato, Luiz Adriano, Walter. 

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