Com quase o triplo de gols sofridos, Palmeiras vê 'muralha' de 2011 ruir em 2012
Vitor Pajaro
Do UOL, em São Paulo
13/04/2012 06h00
O Palmeiras terminou o Campeonato Paulista de 2011 com apenas 10 gols sofridos em 21 partidas e o técnico Luiz Felipe Scolari ainda viu a defesa funcionar na fraca campanha do time no Brasileirão. Mas se os números da temporada passada quebraram até marcas que duravam 20 anos, em 2012 o desempenho não se repete e, em 18 rodadas do Estadual, Deola e Bruno já foram buscar a bola na rede em 22 oportunidades.
NÚMEROS DA ZAGA EM 2011
PAULISTÃO | BRASILEIRO | |
GOLS SOFRIDOS | 10 em 21 jogos* | 39 em 38 jogos** |
- * melhor defesa
- ** 2ª melhor defesa
O desempenho abaixo da média rendeu até mesmo uma cornetada do artilheiro da equipe, Barcos, que cobrou o setor após sofrer com as bolas aéreas do Guarani na última rodada do Paulista. Contra o rival do interior, foram três gols em jogadas pelo alto, antes uma arma e hoje um problema para o time da capital.
"Isso é o que mais incomoda. No último jogo perdemos pontualmente na bola parada, que era um fundamento em que normalmente ganhávamos", disse o argentino após o revés por 3 a 1.
O UOL Esporte assistiu a todos os gols sofridos pelo Palmeiras neste Paulistão e decifrou onde estão as falhas do time, além de notar que nos minutos finais o time tende a sofrer mais com os adversários.
VEJA COMO RUIU A MURALHA DO PALMEIRAS DE FELIPÃO
OS GOLS VIERAM DE... | O TEMPO DE JOGO ERA.. | ||
Bola Parada | 8 | Antes dos 20min do 1º | 3 |
Linha de Fundo (esq) | 3 | Depois dos 20min do 1º | 3 |
Linha de Fundo (dir) | 4 | ||
Pênalti | 5 | Antes dos 20min do 2º | 6 |
Chute de fora da área | 2 | Depois dos 20min do 2º | 10 |
A análise ainda comprova que as faltas na intermediária são o grande problema do time em 2012. Contra o Corinthians, por exemplo, foram duas bobeadas em menos de cinco minutos nas bolas alçadas na área de Deola. Contra Santos e Guarani, a falha se repetiu e originou gols de Neymar e Neto.
O Palmeiras ainda sofreu cinco gols de pênalti, contra Guarani, Catanduvense, Bragantino, São Paulo e Oeste, e dois gols em chutes de fora da área, de Fernandinho, do São Paulo, e Pio, do Guaratiguetá.
Uma das explicações para a queda de rendimento da defesa pode ser a melhora considerável do setor ofensivo, que em 2012 evoluiu com a chegada de um homem de referência (Barcos). Neste início de temporada, o Palmeiras também tem se especializado em marcar gols no início das partidas, o que, em tese, ajuda a construir o placar com mais calma e até facilidade, mas por outro lado proporciona um relaxamento da equipe e prejudica o rendimento final.
Prova disso é que dos 22 gols sofridos, 10 foram marcados nos 25 minutos finais de jogo e, na maioria das vezes, o time estava em vantagem no marcador.