Derrota na final não é o pior. Atlético de Madri tem líder abatido
João Henrique Marques
Do UOL, em Milão
29/05/2016 06h00
Diego Simeone se dirige aos torcedores do Atlético de Madri antes da disputa dos pênaltis. O gesto característico com os braços, como se estivesse regendo os gritos de apoio é feito. Não adiantou. O time saiu derrotado para o Real Madrid na final da Liga dos Campeões após empate por 1 a 1, no San Siro, em Milão, e agora enfrenta um aparente cansaço do ídolo.
O treinador que tanto vibra com o time sentiu o novo golpe do rival Real. O contrato com o Atlético vai até 2020, mas a permanência para a próxima temporada virou incógnita.
"O que digo às pessoas? Que a única maneira de continuar insistindo é trabalhando. É um momento para pensar de minha parte. E neste momento estou", comentou em entrevista coletiva após a partida no estádio San Siro.
Na nova derrota para o Real em final da Liga dos Campeões, Simeone mostrou coragem. Colocou um terceiro atacante na volta do intervalo – Carrasco, o autor do gol -. O apoio aos comandados também foi nítido. Griezmann atendeu um pedido para se aproximar do treinador logo após o pênalti perdido. Nao houve palavras. Apenas um carinho na cabeça como consolo. O líder do Atlético de Madri parece nao ter mais forcas para
"Estou pensando, nada mais do que isso. Estão perguntando o que eu penso. Eu digo o que sinto, e na realidade me vem esta sensação", respondeu o técnico.
HIstórico no Atlético
A primeira conquista de Simeone foi a Liga Europa em 2012. Meses depois, ganhou a Supercopa da Europa em confronto único diante do vencedor da Liga dos Campeões – 4 a 1 diante do Chelsea -.
Na temporada seguinte, levou o Atlético ao título da Copa do Rei, vencendo o Real Madrid por 2 a 1, no Santiago Bernabéu.
O feito maior, no entanto, foi no ano seguinte: campeão espanhol, superando Real e Barcelona. Na mesma temporada, o time foi superado na final da Liga dos Campeões pelo Real Madrid – 4 a 1 na prorrogação -.
A última conquista foi a da Supercopa da Espanha na vingança contra o Real Madrid em 2014. Caso vencesse a Liga dos Campeões, teria assim conquistado todos os títulos possíveis com o clube.