Grêmio tem técnico ameaçado de demissão e Libertadores vira 'salvação'
Do UOL, em Porto Alegre
21/04/2014 06h00
Enderson Moreira está a perigo. As derrotas para o Inter na final do Gauchão e para o Atlético-PR na estreia do Brasileiro dão somente uma alternativa para o trabalho seguir como está no Grêmio: avançar na Libertadores. A competição continental é única maneira de evitar a troca de comando ainda antes da parada para Copa do Mundo.
São muitos fatores que pesam atualmente contra o comando técnico gremista. A queda evidente de rendimento do time, a falta de resultados positivos e as alterações que não têm surtido o efeito esperado. Tudo cria ambiente propício a troca. Uma eventual permanência está diretamente ligada a sequência na Libertadores.
"No futebol todos dependemos de resultados. Não adianta falar que eles [Atlético-PR] tiveram só uma chance de gol e marcaram, que o Grêmio foi superior. A supremacia não tem peso. O futebol é resultado e sabemos disso. Não adianta jogar bem sem conseguir a vitória", disse o diretor executivo de futebol Rui Costa.
Nos bastidores do clube não é raro ouvir palavras contrárias a Enderson. O próprio já percebeu que precisa mostrar trabalho nos jogos contra o San Lorenzo para não ter abreviada sua passagem por Porto Alegre.
"Minha permanência sempre foi colocada em cima de resultados. Sei como é no futebol. Tenho conversas com a direção e recebo apoio deles. Vou fazer o melhor até quando for me dado esta oportunidade. Eu não sofro por antecipação. Meu pensamento está no próximo jogo", afirmou o técnico.
É fato que o conceito do comandante está abalado. Foram dois jogos contra o Internacional com domínio do rival. Sendo o último encerrando com goleada por 4 a 1. Além de um início ruim de Brasileirão, com derrota para o Atlético-PR, que também vinha de momentos conturbados.
"Sabemos o que está acontecendo e o que precisa mudar. Precisamos retomar, mobilizar a equipe. Lutamos hoje [domingo] mas não conseguimos o resultado. E o resultado é o mais importante no futebol", comentou Rui. "Não vou fazer avaliações externas. O que tenho que colocar para ele [Enderson] farei internamente. Ele deu um padrão de jogo a equipe e o trabalho está sendo relativizado pelos resultados", completou.
A Libertadores é a única saída. Se o time render o esperado nesta quarta-feira às 22h diante do San Lorenzo, o treinador gremista ganhará fôlego para seguir no comando. Caso contrário a situação pode ficar insustentável.
"O resultado contra o San Lorenzo, em uma competição importante como a Libertadores, vai abalar qualquer um de nós. O Enderson sabe disso. O comandante técnico é protagonista. Mas todos são criticados. No momento do jogo é natural que vá para ele, mas todos nós temos que resolver isso e criar um ambiente favorável", disse Rui. "Não podemos considerar esta condição [resultados recentes] razoável", completou.
Os jogadores do Tricolor se reapresentam na manhã desta segunda-feira. O trabalho será regenerativo pois à tarde já ocorre o deslocamento para Argentina.