Torcida gaúcha do Boca e corintianos tentam até o último minuto comprar ingresso
Vinícius Segalla
Do UOL, em Buenos Aires
27/06/2012 18h59
Os corintianos não são os únicos brasileiros que estão correndo desesperadamente atrás de um ingresso para o jogo desta quarta-feira em Buenos Aires, entre Boca Juniors e Corinthians.
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Um apaixonado grupo de torcedores do Esporte Clube Pelotas (RS), ou ECP, clube que carrega as mesmas cores do time argentino, também veio ao estádio da Bombonera sem entradas, mas com muita vontade de acompanhar de perto a partida.
Eles são membros do movimento "Unidos por Uma Paixão", que, conforme explicam, não é uma torcida organizada, e sim "uma barra", "um movimento de pessoas gerado por uma paixão comum, que é o Esporte Clube Pelotas", conforme explica Thyago Alemão, que torce para o time de sua cidade e para o Boca com o mesmo sentimento.
O ECP tem as mesmas cores do Boca Juniors, amarelo e azul, e seus torcedores se esmeram em seguir a maneira de torcer dos barra bravos argentinos, com muita música, papel picado e sombrinhas bicolores.
O grupo de amigos pelotenses veio à Bombonera na estreia do time na Libertadores deste ano e resolveram que, se o clube fosse à final, estariam aqui novamente. E aqui estão. Mas sem ingressos.
"Um deles, Gabriel Ribeiro, que faz parte da administração do ECP, explica que eles estão dispostos a pagar o que for pelo ingresso (sendo vendidos por cambistas na porta do estádio por 500 pesos, ou R$ 200), desde que não seja falso. "Um policial nos explicou como verificar, é preciso passar a unha no papel. Se mudar de cor, é falso", conta. "Ainda não encontramos nenhum verdadeiro, mas não estamos nem cogitando a hipótese de não entrar", completa o torcedor, que por volta das 17h já estava há mais de três buscando pelo ingresso.
No outro lado do estádio, um grupo de corintianos vivia a mesma situação, que vem se repetindo desde o início da semana. "Estamos sem ingresso, mas ainda tem uma esperança. Algumas pessoas que tinham ingresso não puderam entrar na Argentina porque estavam sem documento, e agora as torcidas organizadas estão trazendo essas entradas", acreditava o vendedor Junior Lima, que foi liberado pelo patrão para ver o Corinthians na final.
Seu colega, o contador Alexandre Santos, não estava tão otimista. "É tudo muito desorganizado. Se não tiver ingresso, nem sei o que vou fazer".