Em meio ao caos político, campeões mundiais blindam futebol e elenco do Flu
Leo Burlá
Do UOL, no Rio de Janeiro
03/02/2018 04h00
Os cerca de 30 quilômetros que separam as Laranjeiras do centro de treinamento do Fluminense dão uma boa dimensão dos dois mundos que separam o Tricolor.
Na centenária sede social do clube, a intriga e a política dominam o ambiente cada vez mais conturbado do Flu. Todo esse clima, no entanto, não chega até a Barra da Tijuca, que vive uma espécie de “universo paralelo” muito graças à intervenção do técnico Abel e do diretor esportivo Paulo Autuori.
Não que a equipe não tenha seus problemas, mas a dupla campeã mundial por outros clubes [Internacional e São Paulo, respectivamente], trabalha para que outros problemas institucionais não contaminem o dia a dia. Distante das disputas pelo poder, o elenco tem um sossego que anda muito raro nas Laranjeiras.
“Isso [política] não respinga. O Abel é identificado com o clube, tem credibilidade. Posso assegurar que o Abel assina embaixo o que eu digo. Desculpe, mas são três Libertadores e dois Mundiais”, disse Autuori.
O pagamento dos salários atrasados foi uma boa nova para um grupo que andava incomodado com o problema, mas que tem respeito e confiança por Abel e Autuori. Os dois ainda têm como fiel escudeiro o discreto vice de futebol Fabiano Camargo, mas o presidente Pedro Abad também faz parte deste círculo restrito de pessoas que tocam o futebol do Flu.
“Ponho em causa meus 43 anos de carreira para afirmar que nesse tempo tive pouquíssimas pessoas como ele [Pedro Abad]. Íntegro, transparente e de um caráter ímpar”, acrescentou.
Com poucas chances de classificação à semifinal da Taça Guanabara, o Fluminense pega o Macaé, às 19h, em Los Larios. Além de vencer, o Tricolor precisa de uma combinação de resultados para avançar.