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Média de público dos grandes do Rio perde para clássico da Superliga e UFC em SP

Torcedor aproveita Engenhão vazio em partida do Carioca e deita sobre assentos Imagem: Marcelo de Jesus/UOL

Bruno Freitas e Luiz Paulo Montes*

Do UOL, em São Paulo

29/01/2013 06h00

Os principais campeonatos estaduais do país vivem nos últimos tempos uma evidente crise de interesse, com médias de público em patamares baixos, mesmo com a inevitabilidade dos clássicos na decisão. Em 2013, o Rio de Janeiro começa com números preocupantes, que perdem na comparação com outras atrações esportivas neste início de temporada.

Mesmo com a disputa do primeiro clássico do torneio no último final de semana, o empate entre Botafogo e Fluminense, a média dos grandes cariocas após três rodadas de Estadual é de pouco mais de 5.600 torcedores por jogo [confira números detalhados na tabela abaixo].

Com o sinal de alerta ligado, a Ferj (Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro) recomendou em reunião na última segunda-feira que os grandes reduzam preços dos ingressos contra adversários pequenos (R$ 20 para arquibancada e R$ 10 para meia-entrada).

PÚBLICOS DOS GRANDES DE RIO E SÃO PAULO (até a 3ª rodada)

TIMESMÉDIA NO ESTADUALMELHOR PÚBLICOPIOR PÚBLICO
BOTAFOGO6.949 por jogo10.474, contra o Fluminense3.743, contra o Bangu
FLAMENGO5.318 por jogo9.839, contra o Quissamã3.435, contra o
Volta Redonda
FLUMINENSE5.798 por jogo10.474, contra o Botafogo2.625, contra o
Nova Iguaçu
VASCO4.368 por jogo5.703, contra o Boavista2.827, contra o Resende
CORINTHIANS11.523 por jogo17.663, contra a
Ponte Preta
8.301, contra o Paulista
PALMEIRAS9.625 por jogo11.166, contra o Oeste7.543, contra o Penapolense
SANTOS11.036 por jogo13.436, contra o
São Bernardo
7.949, contra o Bragantino
SÃO PAULO10.874 por jogo14.783, contra o Mirassol6.966, contra o Sorocaba

As estatísticas são preocupantes para o quarteto, já que atualmente apenas o Fluminense divide foco entre o Estadual e outra competição, no caso, a Libertadores. Por sua vez, Botafogo, Flamengo e Vasco aguardam a estreia na Copa do Brasil apenas em abril. Assim, têm mais de dois meses de exclusividade de ação nos gramados no Rio de Janeiro.

Os números dos grandes do Rio no Estadual ficam atrás neste ano de atrações de outros esportes, mesmo em recintos de capacidade reduzida em relação a estádios de futebol. Por exemplo, o duelo entre RJX e Sesi no último final de semana, pela Superliga masculina de vôlei, levou 8.200 pessoas ao ginásio do Maracanãzinho.

No cenário mais amplo, a Superliga masculina apresenta média de 1.182 torcedores por partida, com destaque para a carga do RJX, com 2.600 fãs por jogo.  Na edição feminina, a média é de 1.452 de público (Unillever e Sollys têm quase 3 mil incentivadores por compromisso). No último dia 19, o duelo entre Unilever x Vôlei Amil, que marcou mais um reencontro entre Bernardinho e Zé Roberto, teve 8.100 pessoas no ginásio.

Nas primeiras semanas de janeiro, a edição de São Paulo do UFC, com Vitor Belfort como atração, abrigou 9.116 torcedores no ginásio do Ibirapuera.

 

GRANDES PAULISTAS TÊM O DOBRO DE TORCIDA

A média dos grandes do Rio de Janeiro é praticamente a metade do número apresentados pelo quarteto mais tradicional de São Paulo, também ao final de três rodadas. As forças do Paulistão apresentam patamar de 10.795 por jogo no Estadual até agora.

Contando todas as partidas do torneio, incluindo aquelas sem a presença dos grandes, a média de público do Campeonato Carioca após três rodadas é de 2.854 torcedores por jogo [a edição 2012 teve média de 3.057].

Até o momento, 11 das 24 partidas tiveram público inferior a mil pessoas. O maior êxito de bilheteria foi o clássico Botafogo x Fluminense, com 10.474 torcedores, enquanto o maior fiasco foi entre Audax e Nova Iguaçu, com 279 testemunhas.

"A torcida do Flamengo está tentando comparecer sempre, mas não ainda como em um Campeonato Brasileiro. Ainda está faltando um público maior mesmo. Espero que eles possam aparecer nos próximos jogos, principalmente no clássico [Vasco, na quinta], e possa nos ajudar nessa caminhada em busca do título", declarou o atacante Hernane.

"Sempre esperamos mais. Que os estádios venham a lotar, a encher. Sabemos que a torcida do Botafogo sempre incendeia, esses cinco mil torcedores parecem ser 10, 15 mil. Nem sabia que tinha só isso no clássico. O futebol carioca não pode manter essa média, pois prejudica o campeonato como um todo", endossa o goleiro Jefferson. 

* com colaboração de Bernardo Gentile e Pedro Ivo Almeida, no Rio de Janeiro

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