SP tenta aprovar estatuto para não repetir escândalos de gestões anteriores
Eduardo Ohata e José Eduardo Martins
Do UOL, em São Paulo
16/11/2016 06h00
O São Paulo vive o clima de decisão na esfera política. Nesta quarta-feira, o Conselho Deliberativo vota se aprova ou não o novo estatuto do clube.
O texto foi redigido por nove associados que integraram uma Comissão de Sistematização. A ideia era modernizar o clube e evitar que escândalos que marcaram gestões anteriores se repetissem. No total, cerca de 120 propostas e 500 emendas foram enviadas para a Comissão.
Entre as mudanças se destaca a criação de um Conselho de Administração. Inspirado em modelos empresariais, o órgão contará com nove integrantes e será responsável por orientar e dar diretrizes de como deve ser feita a gestão do clube, além de aprovar atos.
Desta maneira, o presidente e o diretor vão ter autonomia para contratar quem quiser, independentemente do valor, desde que esteja dentro do orçamento (hoje o departamento de futebol conta com cerca de R$ 200 milhões por ano).
Caso seja estourado o limite, será necessária a autorização do Conselho. Contratos com valores que superem 1.500 contribuições associativas (cerca de R$ 360 mil) precisam ser informados ao Conselho. Já os que ultrapassarem 5.000 contribuições associativas (cerca de R$ 1 milhão) necessitam passar também pelo Conselho Deliberativo.
Ou seja, a ideia é acabar com a caixa-preta do futebol, sendo mostrado para o Conselho como o dinheiro será empregado, se há comissões e como os contratos são definidos. Porém, não há uma trava para a diretoria trabalhar, desde que se cumpra o orçamento. Os administradores, por sua vez, também serão responsabilizados por seus atos.
O presidente também terá um prazo previsto para apresentar o orçamento à Comissão. Caso a data não seja cumprida, ele será afastado para apuração de responsabilidade.
Como parte deste processo de profissionalização, o presidente, desde que se dedique exclusivamente ao clube, e os diretores executivos passam a ser remunerados. Com mandato de três anos, o mandatário não poderá mais concorrer à reeleição. O processo eleitoral não será mais em abril e passará para dezembro.