Denúncia ignora provocações da diretoria do Fla relatadas por palmeirenses
José Edgar de Matos
Do UOL, em São Paulo (SP)
01/10/2016 06h00
A próxima segunda-feira marcará mais uma disputa entre Palmeiras x Flamengo. Pela manhã, o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) divulgará a denúncia contra o clube de Palestra Itália, em virtude do comportamento dos torcedores contra os diretores flamenguistas. O UOL Esporte teve acesso ao processo, que ignora alguns fatos ocorridos no caso.
Autor da denúncia, o procurador Alamiro Velludo Salvador Netto se baseia em uma nota do site globoesporte.com para justificar o pedido de punição ao Palmeiras. O relato do vice-presidente de administração do Flamengo, Rafael Strauch, também consta no documento.
“Nós fomos hostilizados todo jogo porque o camarote que nos deixaram era em cima da organizada do Palmeiras. Após o empate, eles ficaram ainda mais nervosos, mais ouriçados. No fim, viram que a gente se confraternizou e jogaram mais objetos, jogaram gelo, isqueiro, sapato, uma série de coisa [...]”, declarou ao portal.
Ao relatar o caso, no entanto, o procurador não apresenta outros elementos ocorridos durante a partida. Na própria nota utilizada como base para a denúncia, pontos de vista dos torcedores são destacados.
No mesmo evento do empate por 1 a 1 entre palmeirenses e flamenguistas, em 14 de setembro, torcedores localizados logo abaixo do camarote destinado à diretoria do clube carioca filmaram provocações de Eduardo Bandeira de Mello e dirigentes.
Palmeirenses também relatam nas redes sociais o arremesso de pedras de gelo do camarote para o setor sul. Um vídeo mostra Bandeira de Mello discutindo com os torcedores durante a partida.
@verdaocabuloso vídeo do brother @wasconcelos pic.twitter.com/
— SEPfabio (@fabio_cf) September 15, 2016
Estas situações estão devidamente tratadas na nota responsável pela base da denúncia. Contudo, não entraram como contrapartida no pedido de punição ao Palmeiras no artigo 213, inciso 1 – deixar de tomar providências capazes de prevenir desordens em sua praça de desporto.
Procurado para comentar sobre o assunto, o procurador-geral do STJD, Felipe Bevilacqua não foi encontrado até o fechamento da reportagem [fim da noite de sexta-feira]. O Palmeiras, em contrapartida, optou por não se pronunciar.
Terceiro e indireto interessado, já que é apontado como vítima do caso, o Flamengo foi procurado pela reportagem na noite de sexta-feira para emitir uma opinião sobre o assunto. O UOL Esporte, entretanto, não recebeu resposta sobre esta consulta.