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Dupla de zaga corintiana aprecia livros, quadros e xadrez e foge da rotina de 'boleiro'

Fora de campo, Wallace e Paulo André esquecem lado 'durão' e têm vida cultural ativa Imagem: Arte UOL

Carlos Padeiro

Em São Paulo

29/09/2011 07h00

Reservas durante toda a temporada, Paulo André e Wallace ganharam destaque de uma semana para cá, quando barraram o capitão Chicão e aproveitaram a lesão de Leandro Castan para formarem a dupla de zaga titular do Corinthians. Ambos deram conta do recado no empate por 0 a 0 com o São Paulo e na vitória por 1 a 0 sobre o Bahia.

ADRIANO TREINA PELA 1ª VEZ COM TIME

Adriano avançou mais um passo para realizar a sua estreia pelo Corinthians. Em fase final de recuperação de uma grave ruptura no tendão calcâneo do pé esquerdo, o Imperador participou, na tarde de quarta-feira, do seu primeiro treino com bola junto do elenco.

"Foi o primeiro treino com bola dele e correu tudo bem. Ficamos bastante surpresos até", comentou o zagueiro Paulo André.

Fora de campo, chama a atenção a rotina que os dois beques levam. Ambos fogem à regra dos ‘boleiros’ e praticam atividades sofisticadas, pouco comuns no meio do futebol, como jogar xadrez.

Paulo André vai além. No tempo em que viveu na França, quando atuou pelo Le Mans, pegou gosto por pintar quadros. Na capital paulista, mantém o hábito de visitar feiras de artes e concertos musicais. Em seu blog, onde escreve sobre diversos assuntos, exibe fotos de sua vida cultural.

“No meu primeiro ano na França me lesionei e acabei ficando sem ter muita coisa para fazer. Aí inventei de pintar, fui aperfeiçoando sozinho uma técnica”, conta o atleta de 28 anos ao UOL Esporte.

Já o baiano Wallace tem como hobby jogar xadrez e trava um duelo particular com o colega de elenco. “Está 4 a 3 para mim. Tenho um tabuleiro desde os 12 anos. Quando cheguei ao Corinthians, o Paulo soube que eu gostava de jogar e viramos adversários.”

“Ele fala que está 4 a 3 para ele, e eu falo que está 4 a 3 para mim. Eu jogo xadrez desde moleque, jogava com meu pai. Desafiei o Wallace e tomei uma porrada, 3 a 0 logo de cara. Aí peguei um livro velho em casa sobre xadrez, dei uma lida, lembrei de umas técnicas e ganhei quatro seguidas”, rebate Paulo André.

Além disso, Wallace é motivo de brincadeira entre os demais atletas porque costuma aparecer nos treinamentos vestido de blazer. “As pessoas não estão acostumados a ver um jogador de blazer, mas eu uso”, sorri.

O zagueiro de 23 anos revela também que nas suas horas vagas costuma visitar uma livraria. “Gostei muito do livro ‘O Homem que matou Getúlio Vargas’, do Jô Soares. Abriu as portas da leitura para mim. Agora estou lendo a biografia do Schopenhauer [filósofo alemão Arthur Schopenhauer]. Gosto também de CDs e DVDs, como Norah Jones e Jack Johnson.“

WALLACE

Livros- O Homem que matou Getúlio Vargas, de Jô Soares

- Biografia de Arthur Schopenhauer, filósofo alemão
Música- Norah Jones

- Jack Johnson

Paulo André diz que, diferentemente do que as pessoas imaginam, no futebol não é tão raro assim encontrar jogadores com uma vida cultural ativa. 

“A gente faz coisas alternativas, como ir ao teatro, cinema, restaurante. Quando encontro alguém com gosto parecido, como o Wallace, me aproximo. Vejo que o nível cultural de formação dos atletas está evoluindo e crescendo, são cada vez menos frequentes os exemplos ruins”, opinou o corintiano.

Em campo, Paulo André é nome quase certo para o duelo de domingo contra o Vasco, às 16h, em São Januário. O camisa 13 alvinegro ganhou a titularidade e agradou Tite. Já Wallace corre o risco de perder a vaga para Leandro Castan, que se recuperou de uma contusão muscular.

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