Vettel diz ter ficado tonto com nova proteção: "Como pilotar sendo vesgo"
Julianne Cerasoli
Do UOL, em Silverstone (ING)
14/07/2017 11h13
Sebastian Vettel foi o primeiro piloto a experimentar a nova proteção que a Federação Internacional de Automobilismo busca implementar a partir de 2018 e andou por 15 minutos no treino livre em Silverstone com o chamado escudo. Mas o alemão não aprovou a novidade, admitindo ter ficado "um pouco tonto" com a viseira.
“Para entrar e sair do carro é difícil, deu para ver. Mas acho que é uma questão de se acostumar. A gente tinha planejado andar mais, só que olhar para frente através dessa cúpula - já que o vidro é um pouco côncavo - me deixou um pouco tonto. Foi como pilotar sendo vesgo. Por isso, tiramos a peça”, explicou.
O escudo foi testado apenas nos primeiros minutos de treino livre por Vettel, que reportou imediatamente problemas de visibilidade à equipe via rádio. Com céu nublado e temperaturas na casa dos 15 graus, o alemão disse que o vidro ficou “embaçado” mesmo durante o curto período em que esteve na pista.
O escudo está sendo desenvolvido pela Federação Internacional de Automobilismo como alternativa ao halo, espécie de haste testada por vários pilotos ano passado. Depois que a maioria reclamou da falta de visibilidade, a FIA passou a estudar novos tipos de proteção, uma vez que está decidida a implementar algum tipo de barreira já na próxima temporada. Os testes com o escudo devem continuar nas próximas corridas, mas ainda não há um cronograma definido.
Um dos pilotos que está curioso para testar o escudo é Felipe Massa. Para o brasileiro, um veredicto sobre a novidade só poderá ser dado depois que ele for provado.
“São vários os fatores: o sol, a chuva… são várias situações em que você tem de entender se vai prejudicar e até causar um acidente”, avaliou o brasileiro ao UOL Esporte. “É importante que os carros comecem a usar. As equipes grandes vão querer testar o quanto antes. Assim que os pilotos começarem a passar seu feedback, se sentirem problemas, eles não vão deixar de falar. Quem guia o carro é a gente, então nossa opinião é o mais importante. Temos que executar essa mudança quando tivermos a certeza de que é a coisa 100% certa a fazer.”