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Mesmo com luxo, atriz global e Felipe Massa, festa da F1 não decola

Felipe Pereira

Do UOL, em São Paulo

06/11/2014 06h00

Um baile de máscaras da principal patrocinadora da Williams, presença de Felipe Massa, lista de 250 convidados elaborada com cuidado e um casarão que parece de família quatrocentona de novela. Eis o cenário da festa organizada pela Martini nesta quarta-feira, em plena semana do Grande Prêmio Brasil de Fórmula 1. 

As bandejas eram quase onipresentes com garçons cruzando o salão a toda hora oferecendo comidas e bebidas de primeira. Não foi escalado um, mas três DJs para tocar até 4h da madrugada. Apesar de todo este ambiente, a festa não bombou.

O apogeu da animação ocorreu à 1h26, quando os auto-falantes tocaram Psycho Killer. Neste horário, havia 11 pessoas dançando de forma tímida. No grupo estava a advogada Regina Manssur, que já trabalhou para o ex-presidente Fernando Collor e participou do programa Mulheres Ricas, da Bandeirantes. Ela explica que festas corporativas são assim mesmo, não decolam porque a maioria faz um social e vai embora.

Pegação é algo impensável. Além de não conhecer a maioria das pessoas, o ambiente não favorece os convidados mais animados. Não há aquela penumbra de boates. A única tentativa partiu de um rapaz e não foi bem sucedida. Aproveitando que estava de saída, a garota usou a situação para negar o beijo desejado.

Prova de que a festa era bem comportada é que, à meia-noite, a metade do salão que fica entre o bar e a cabine da DJ tinha apenas uma pessoa, o segurança. O responsável pela mesa de som passava o tempo num jogo de corrida no iPad. Os convidados ficaram no outro lado do salão bebericando e conversando.

A DJ Eli Iwasa não estranha e acrescenta que as pessoas fazem das festas corporativas uma espécie de puxadinho do horário de trabalho. São profissionais conceituados que comparecem para ver e serem vistos e trocar cartões entre um drinque e outro.

Este grupo era a maioria dos 250 convidados da Martini, marca de bebida italiana que patrocina a Williams. Piloto da equipe, Felipe Massa marcou presença e foi embora logo depois de um discurso em que fez média com executivos da empresa. O apresentador Otávio Mesquita também só deu uma passada.

Mais paciente, a global Maria Casadevall permaneceu até depois da meia-noite. Ela fez a alegria dos fotógrafos e quando sentou na mesa do bar pipocaram flashes. Das mulheres vieram elogios a sua magreza. Depois, a atriz foi para um ambiente ao lado do salão de festa e distribuiu sorrisos e poses para pessoas que pediam fotos.

Ela acabou ficando mais que os convidados do meio publicitário, da moda, gastronomia, Direito, entre outros. A regra para eles é dar um alô e ir para casa. O cenário que lembra propaganda de bebida não fez as pessoas esquecerem que era quarta-feira. Mas os mimos recebidos agradaram a todos.

A máscara para o baile é entregue na chegada e duas mulheres fazem a customização ao gosto do freguês. Ao entrar no casarão, os convidados dividem espaço com gente da televisão e executivos da Williams. A herdeira da equipe estava no evento. Detalhes como o espetinho de frango ser feito de palha mostram refinamento e que não houve economia.

O zelo se justifica porque os presentes têm bom gosto. Havia uma única pessoa de calça jeans, um homem com barba por fazer e um look que se enquadra no conceito periguete – no caso vestidinho curto de oncinha. O figurino da noite era de blazer e camisa para os homens e um pretinho para as mulheres, embora existissem aquelas que optaram pelo prata, dourado ou branco.

O representante da Martini no evento foi o vice-presidente da América Latina, Paolo Perego. Ele explicou que a festa serve para marcar a volta da empresa à Fórmula 1 revivendo uma tradição de parceria com o automobilismo que vem desde a década de 1970. As escolhas feitas, como ser um baile de máscara, remetem a um estilo de vida que envolve tradição e glamour. O aspecto de exclusividade na lista de convidados se alinha com o dos consumidores. O evento pode até não bombar, mas atinge o público alvo desejado.

O executivo da Martini, inclusive, teve o mesmo comportamento daqueles que tentou cativar e foi embora cedo. Não viu quando as 11 pessoas dançaram Psycho Killer. Mesmo que tentasse, precisaria ser rápido porque eles logo se dispersaram e foram para casa. Os seguranças agradeciam porque o trabalho acabaria cedo, era um evento que não dava incomodação e tinha bastante mulher bonita. 

Só não entendiam desperdiçar o ambiente criado sem aproveitar. Mas um deles arriscou uma explicação: a música não animava. Na opinião dele, se rolasse um pagodinho tudo teria sido diferente.

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