Deborah Faleiros e Eric Fiori

A família é o ninho acolhedor em que nascemos e nos desenvolvemos. Mas não só isso! Ela ajuda a formar as impressões mais íntimas que teremos sobre o mundo, o que molda quem seremos em sociedade. Mas o que acontece quando faltam peças cruciais para entender a origem de tudo aquilo que chamamos de lar?

Você já se pegou perguntando: "onde meus avós nasceram?", "como foi a infância deles?", "como era a vida deles e dos meus pais quando eram crianças?" ou ainda "de onde veio aquele 'olho verde' do primo que acabou de nascer?". Pois é, estes e tantos outros questionamentos são recorrentes na maioria dos lares e impactam as histórias de milhares de pessoas.

Para refletir sobre isso, Ecoa promoverá no dia 18 de outubro o evento "Origens - As histórias que nos trouxeram aqui", que inaugura a nova temporada do projeto que já está em sua quarta edição. A partir das 14h, a transmissão online terá seis painéis em que pessoas, entre celebridades e ilustres anônimos, contarão como buscaram respostas sobre o seu passado ou agiram para transformar, cada qual à sua maneira, seus núcleos familiares.

Afinal, o que somos além de um apanhado de histórias profundas e afetivas que nos trouxeram até aqui?

Os intervalos de cada painel terão apresentações de slam, conduzido pela poeta e compositora Bell Puã, e de stand up, liderado pela humorista e apresentadora dos programas Splash Show e Otalab, do UOL, Yas Fiorelo. A apresentação e mediação dos encontros fica por conta da jornalista Semayat Oliveira.

Arquivo Pessoal

Apresentação

Semayat Oliveira

Nascida em São Paulo, Semayat Oliveira é jornalista é co-fundadora e diretora de conteúdo do Nós, Mulheres da Periferia, site jornalístico que desde 2014 se dedica a repercutir a opinião e a história de mulheres negras e periféricas. Ela é consultora de jornalismo e co-apresentadora do podcast Mano a Mano, conduzido pelo rapper Mano Brown e ganhador do CCXP Awards e indicado ao prêmio da APCA (Associação Paulista de Críticos de Artes). Em 2022, Semayat venceu o troféu Mulher Imprensa, na categoria liderança.

Atrações do evento

  • Stand up comedy: Yas Fiorelo

    Natural do Rio de Janeiro, Yas Fiorelo é atriz e humorista. Apresentadora dos programas Splash Show e Otalab, do UOL, ela será a responsável por conduzir os shows rápidos de stand up comedy.

    Imagem: Reprodução/Instagram
  • Slam: Bell Puã

    Poeta, compositora e cantora, Bell Puã nasceu em Recife (PE). Na carreira artística, a historiadora foi vencedora da edição de 2017 do Slam BR e representou o Brasil na Copa do Mundo de Slam em 2018.

    Imagem: JAN RIBEIRO/SECULT-PE

Das 14h45 às 15h15

O empresário Huanderson Marques Plínio da Silva só conheceu aos 57 anos o nome do pai que ele nunca conheceu. Além disso, soube que a família paterna, até então desconhecida, morava a apenas 7 km de distância de sua casa. A descoberta de tudo foi feita pela filha, a escritora e professora Andressa Marques da Silva, que promoveu uma verdadeira investigação em busca das origens do avô. Pouco tempo depois da descoberta, Huanderson ainda ganhou outro presente: encontrou a avó e outros parentes. Para sinalizar que agora tinha pai, o empresário mudou o nome para incluir o do pai, Plínio. No primeiro painel, Ecoa recebe pai e filha para contar como foi o processo de resgate da história da família.

Das 15h25 às 15h55

Dizem que pai e mãe são as pessoas quem criam e se responsabilizam pela criança. Ou seja, não é preciso vínculo biológico para amar e ajudar no desenvolvimento dos filhos que se escolhe ou se ganha na vida. Disso a influenciadora Gabi Oliveira sabe bem. Ela adotou sozinha duas crianças, de 9 e 4 anos. Nas redes sociais, Gabi conta sobre a rotina e desafios de ser mãe, influencia outras mulheres e quebra muitos tabus sobre a adoção. No segundo painel, ela conta mais sobre a família e como pretende ressignificar a construção de um lar repleto de filhos que a vida lhe deu.

Das 16h05 às 16h35

O intercâmbio para estudar nos Estados Unidos deveria durar apenas um ano, mas Flávia Lloyd acabou ficando por lá. E isso já dura mais de duas décadas. Neste ínterim, a vida dela passou por uma reviravolta. Durante muito tempo, ela permaneceu em solo norte-americano de forma ilegal. Chegou a dormir em abrigo com o filho, na época, um recém-nascido. Trabalhou em todos os tipos de emprego e viveu abaixo da linha da pobreza. Driblando todas as dificuldades, ela se formou em direito e hoje ajuda brasileiros famosos e suas famílias a imigrarem para os EUA. Na lista, há Marco Pigossi, Virgínia e Neguinho da Beija Flor.

Das 16h45 às 17h15

Doutora em história, Lucimar Felisberto pesquisou os aspectos da mobilidade social de africanos e negros livros na segunda metade do século 19. Acostumada a comunicar de forma didática os desdobramentos da história brasileira a seus alunos, a professora de escola pública do Rio sentia falta de contar em detalhes uma história específica. A dela. Usando seus conhecimentos, ela elaborou na unha a árvore genealógica da própria família. Assim, entendeu como seus antepassados saíram de Minas para se fixarem no Rio. A história dava uma novela. Mas ela fez diferente. Escreveu um livro para narrar a saga do seu clã.

Das 17h25 às 17h55

Autora do livro "A união faz a força", a psicóloga e doutora em psicologia Reymi Solange Chagas se dedicou a estudar os mitos familiares que orientam crenças, fantasias e valores de famílias negras. Convidada do quinto painel de "Origens: as histórias que nos trouxeram aqui", ela explica quais e como traumas e condições estruturantes da família são centrais para pessoas negras.

Das 18h05 às 18h35

Dona Selma Aparecida Gomes Moura, a avó da analista contábil Ingrid Gregório, foi deixada dada para adoção quando tinha por volta de 5 anos de idade. Primeiro, tentaram um orfanato. Como estava cheio, deixaram-na com uma funcionária de uma escola em Belo Horizonte que já fechou. Muitas das perguntas que a matriarca tinha sobre seu passado só começaram a ser respondidas após os 70 anos. Isso só ocorreu graças a um teste genético feito pela neta. Graças ao exame, a avó encontrou uma prima do lado da família até então desconhecida. "Ela encontrou a vida dela. Descobriu porque era órfã, seu nome verdadeiro e por quê foi deixada em um orfanato. Foi o maior milagre que vivemos na vida", diz Ingrid. Ela e a avó, que passará a se chamar Maria das Graças de Assis, seu nome de registro, são as convidadas do último painel, que irá passear por esta busca pelo ancestral perdido.

Topo