Na primeira infância, quis ser piloto de avião, astronauta, "sempre tive uma ligação muito forte com o ar". Depois, após assistir ao clássico do terror "O Exorcista", sonhou em ser padre e expulsar demônios. Na sequência, entendeu que gostaria muito de ser professor. Mas a primeira graduação de Guilherme Terreri foi em artes cênicas, paixão que nutriu "desde sempre" no teatro.
Foi inspirado por divas que causaram algum desconforto ao dizer o que pensavam - tais como Greta Garbo, Marlene Dietrich, Madonna e Bette Davis - e por pensadores e pensadoras do porte de Paulo Freire, Raymond Williams e Judith Butler, que Guilherme deu origem a Rita von Hunty.
A drag queen brasileira é um ícone para uma geração que está sendo ensinada a pensar, a debater, a questionar e a revolucionar com uma figura que transita entre os mundos do entretenimento, da educação e das artes, fazendo reflexões sobre assuntos tão diversos quanto complexos. Seu canal, Tempero Drag, tem quase um milhão de seguidores.
Recentemente, passou por uma experiência curiosa: uma amiga de sua cidade natal, Ribeirão Preto, interior de São Paulo, desenterrou uma cápsula do tempo. Nela, havia uma pergunta sobre como ele se via no futuro. "Apresentando um programa de TV" era a resposta. O sonho acabou por se concretizar.
"A Rita é uma lente de aumento sobre o meu senso de humor, a minha visão de mundo, meus posicionamentos políticos, e isso é meio que indissociável do meu eu professor", diz o criador de Rita von Hunty em entrevista a Ecoa. Leia abaixo a conversa com Guilherme Terreri.