"Fui uma criança criada em um apartamento em Belo Horizonte. Não tinha nem mesmo um jardinzinho para brincar. Mas você sabe como é mineiro, quando chegam as férias, vai todo mundo para a praia, e eu ia junto com a minha tia. Lá, conseguia ter um contato com a natureza. Na escola também. Eu era uma criança agitada e fugia para uma horta, perto da capelinha do colégio de freiras salesianas onde estudava, para ter esse contato.
E tem meu pai, que era tipo um caubói. Ele veio do interior de Minas, de uma cidade bonita chamada Serro. Ele trabalhava com gado e era a pessoa mais próxima da natureza na minha família. Todas essas influências despertaram em mim o interesse pela ciência. Até hoje eu coleciono pedras, conchinhas e sou incapaz de comer um alimento com caroço e não o enterrar.
São tantas as imagens na minha cabeça. Lembro, também, das brigas que tinha com meu irmão para ele não destruir os ninhos de passarinhos. Essa ideia de conservação do meio ambiente sempre esteve no meu DNA.
Não tem um super-herói da conservação, todo mundo pode contribuir. É apanhar o papel no chão, é jogar o lixo no lixo, é apagar a luz, sei lá. É ver que algo não está certo e querer fazer alguma coisa para consertar."