VW fará corte bilionário e aposta nos elétricos para estancar crise
<br>Andreas Cremer e Jan Schwartz
Em Berlim (Alemanha)
13/10/2015 10h37Atualizada em 13/10/2015 12h05
A Volkswagen anunciou, nesta terça-feira (13), um plano de corte de custos na casa de 1 bilhão de euros (R$ 4,25 bilhões) ao ano, apenas em relação à principal marca do grupo. O objetivo é ter fôlego financeiro para lidar com os prejuízos que o escândalo de manipulação em testes de emissão de poluentes em motores a diesel devem gerar.
Mais do que isso, companhia prometeu "adotar as mais novas tecnologias ambientais em veículos a diesel", além de ampliar o desenvolvimento de uma plataforma modular para veículos 100% elétricos. O primeiro modelo a sair dessa base será uma versão elétrica do sedã Phaeton.
Analistas preveem que o conglomerado terá que gastar até 35 bilhões de euros (quase R$ 150 bilhões) em despesas com o caso, entre multas regulatórias, indenizações judiciais, recalls e investimentos para readequar toda sua gama de veículos. Na Alemanha, por exemplo, uma consumidora já abriu processo pedindo o dinheiro de volta por ter comprado um veículo a diesel da marca.
Esta é a maior crise corporativa em 78 anos de história da Volkswagen. A própria montadora admitiu que 11 milhões de carros foram equipados com um software que burla os dados de emissão em testes oficiais. A fraude fez a fabricante perder cerca de um quarto de seu valor de mercado e forçou a demissão do presidente-executivo Michael Winterkorn.