Três logotipos em 20 anos: veja riscos e benefícios das mudanças da Fiat
Vitor Matsubara
Do UOL, em São Paulo (SP)
15/04/2020 04h00
Resumo da notícia
- Nova Strada estreia padrão de logotipo dianteiro com letras em caixa alta
- Modelos da Fiat como Mobi e Toro já utilizam padrão na traseira
- Especialista diz que mudança tem risco baixo à imagem da marca
O logotipo é um dos elementos mais marcantes da identidade visual de uma empresa.
É por meio dele que os consumidores identificam a fabricante de um produto, embora, nos automóveis, o design também pode ser um meio de diferenciação da concorrência.
A Fiat é uma das montadoras que mais trocaram de logotipo em sua história. Desde sua fundação já foram 10 alterações. Agora a marca prepara a 11ª mudança em mais de 120 anos, e caberá ao Brasil a responsabilidade de inaugurá-lo.
Versão minimalista
A nova Strada será o primeiro modelo da Fiat no mundo com o logotipo em letras capitais na frente e na traseira. É uma versão simplificada do atual logotipo com fundo vermelho, mas não é inédita.
Desde a estreia da segunda geração da Fiorino, em 2013, ele aparece na traseira dos lançamentos da marca. A dianteira, porém, ostenta o mesmo logotipo dentro de um adorno redondo com fundo na cor vermelha. As novidades consequentes seguiram este padrão, como Mobi, Toro e Argo. E até o Grand Siena entrou na onda em 2018.
Parece um detalhe banal que passa despercebido pela grande maioria das pessoas. Entretanto, mudar um logotipo é um processo delicado que deve ser conduzido de forma cuidadosa.
"Todas as associações que a marca constrói na cabeça do consumidor são carregadas no logotipo. Isso significa que, quando as pessoas batem o olho, elas resgatam associações feitas por elas mesmas. Elas, por sua vez, são consequências de todas as vezes em que elas tiveram algum tipo de contato com a marca, seja por meio de propaganda ou por contato com os produtos", diz Ana Duque Estrada, professora de branding da ESPM-SP.
Mas existe algum risco à identidade da marca diante de uma nova alteração?
"Tudo depende de como será realizada a comunicação. Pelo que vi (a mudança) não parece que será impactante. Seria como se estivessem 'limpando' esse conjunto de símbolo e logotipo. Não me parece ser uma transição drástica, e sim uma atualização. Não parece ser uma atitude arriscada, mas não há como afirmar isso com toda a certeza", analisa Ana.
A tendência é que a Fiat aplique o novo padrão de logotipos em todos os modelos vendidos pelo mundo. No Brasil, as renovações de Argo e Cronos já devem trazer a novidade na grade frontal.