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Ministra da Justiça do Japão rebate Ghosn e nega complô contra brasileiro

Mori afirmou que sistema judiciário japonês respeita direitos humanos Imagem: Behrouz Mehri/AFP

Do UOL, em São Paulo (SP)

09/01/2020 18h26

Resumo da notícia

  • Mori disse que comentários de Ghosn são "abstratos, obscuros ou sem fundamento"
  • Ministra afirmou que sistema judiciário respeita "direitos humanos fundamentais"
  • Masako negou conspiração contra Ghosn, que incluiria participação até de promotores

A MInistra da Justiça do Japão, Masako Mori, voltou a rebater as acusações feitas por Carlos Ghosn. O ex-CEO da aliança Renault-Nissan deu uma longa entrevista coletiva ontem (8) no Líbano, onde se encontra após fugir do Japão no fim de 2019.

Mori disse que a maioria dos comentários de Ghosn foram "abstratos, obscuros ou sem fundamento" e ressaltou que eles foram divulgados amplamente, o que poderia gerar "falso reconhecimento para o mundo inteiro".

A ministra afirmou que o sistema judicial japonês "estabelece procedimentos apropriados e é administrado adequadamente para
esclarecer a verdade nos casos e garantir os direitos humanos individuais fundamentais".

Ghosn afirma que um dos motivos principais de ter fugido para o Líbano é a busca por justiça, algo que, em sua visão, não seria possível no Japão por conta do tratamento diferenciado que recebeu desde sua prisão. "Como posso me defender se não recebo um julgamento justo?", indagou, durante entrevista concedida em Beirute.

"Posição neutra e justa"

Masako rebateu também a suposta falta de provas dos crimes supostamente cometidos por Ghosn enquanto presidia a Nissan. O brasileiro é acusado de má conduta financeira.

"Existe uma prática estabelecida na procuradoria do Japão de apenas indiciar um suspeito com alta probabilidade
de condenação do tribunal com base em evidências suficientes, de modo a evitar que uma pessoa inocente sofra com o ônus de arcar com as despesas judiciais. Os juízes tomarão uma decisão a partir de uma posição neutra e justa", assegurou.

Ghosn responde jornalistas durante coletiva realizada em Beirute Imagem: Joseph Eid/AFP

A ministra também negou a existência de uma possível conspiração contra Ghosn, que contaria com a participação de executivos da Nissan, do governo japonês e até dos promotores do caso.

"Não há como os promotores participarem de qualquer tipo de conspiração de qualquer grupo de interesse especifico e investigarem um assunto que não atingiu o limiar da investigação".

"Se o acusado Ghosn tem algo a dizer sobre seu caso criminal, ele pode argumentar em um tribunal japonês, apresentando provas concretas. É minha grande esperança que Ghosn adote todos os esforços possíveis para apresentar suas opiniões nos procedimentos justos de justiça criminal do Japão e que busque a justiça prestada por um tribunal japonês", concluiu Masako.

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