BMW e Mercedes-Benz juntas? União pode render novos Série 1 e Classe A
Fernando Calmon, Vitor Matsubara
Colaboração para o UOL, de São Paulo (SP)
11/02/2019 07h00
Resumo da notícia
- Jornal diz que rivais ensaiam aproximação para fazer nova plataforma
- Base única cortaria custos de desenvolvimento para ambas as partes
- Possível aliança encontraria resistência de engenheiros
Formar alianças para desenvolver projetos em conjunto é uma das táticas mais utilizadas pelas montadoras para cortar custos e otimizar o tempo. Além da aliança Renault-Nissan-Mitsubishi (estremecida desde a prisão do ex-CEO Carlos Ghosn em novembro), várias montadoras estão unindo forças -- vide FCA e o recente caso Ford-Volkswagen.
A mais nova aliança, porém, pode mudar a indústria automobilística alemã. O jornal "Handelsblatt" aponta que, até 2025, BMW e Mercedes-Benz desenvolveriam em conjunto os sucessores de seus atuais modelos compactos, Série 1 e Classe A.
Colaboração, antes impensável, se estenderia aos carros autônomos. Se uma união de arquirrivais parece improvável, por outro lado seria bem interessante considerando a economia de custos no desenvolvimento de novas tecnologias, que não raramente ultrapassa a casa dos bilhões de euros.
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A ideia principal seria desenvolver uma plataforma única para veículos compactos (segundo o padrão europeu) feita para atender as necessidades de cada modelo. Assim, as empresas economizariam uma quantia mais do que significativa de dinheiro no desenvolvimento das bases dos próximos Classe A e Série 1.
Aliança enfrentaria resistência dos puristas
Apesar das claras vantagens financeiras e mercadológicas, as fabricantes precisariam enfrentar a resistência dos engenheiros das duas marcas, nitidamente contrários a uma eventual parceria.
Além disso, não seria fácil convencer um cliente acostumado a BMW a comprar um veículo desenvolvido em conjunto com a Mercedes-Benz, e vice-versa. Enquanto a Mercedes-Benz prioriza veículos confortáveis, a BMW coloca o prazer ao dirigir como principal diferencial -- tanto é que apenas recentemente a marca se rendeu aos veículos de tração dianteira após desenvolver uma plataforma deste tipo para veículos compactos, aproveitada em modelos como o Série 2 Active Tourer, além do novo Mini.
De qualquer maneira, os frutos desta possível aliança não surgiriam logo de cara. Isso porque o Classe A acaba de estrear sua quarta geração e o atual Série 1 está em vias de ganhar um substituto.