Nissan admite fraude em testes de emissões de poluentes no Japão
Do UOL, em São Paulo (SP)
09/07/2018 11h17
Episódio é o segundo do tipo na fabricante em menos de um ano
A Nissan admitiu que falsificou testes de emissões de poluentes de 19 modelos fabricados no Japão.
Segundo informações da agência de notícias Reuters, entre os modelos afetados estão o monovolume Note (carro mais vendido da marca no Japão) e o crossover Juke.
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Em comunicado divulgado pela própria empresa, a fabricante diz que descobriu “inconformidades” nos testes de emissões e economia de combustível, e que as inspeções do controle de qualidade foram feitas com base em informações distorcidas.
Trata-se da segunda ocorrência deste tipo identificada pela marca em menos de um ano. Em outubro de 2017, a Nissan revelou que profissionais não certificados pela empresa foram responsáveis por realizar a inspeção final de veículos no Japão por anos.
No total, aproximadamente 1,2 milhão de unidades foram convocados para um mega recall. A quantidade foi equivalente a todos os veículos novos vendidos pela marca em três anos.
Este episódio é mais um a manchar a reputação da indústria automobilística japonesa, famosa pelos rígidos padrões de qualidade. Além dos dois escândalos da Nissan, a Subaru já havia admitido problemas semelhantes em seu controle de qualidade em março deste ano.
Deu ruim
A fabricante afirma que o caso não afeta veículos exportados para países ocidentais, uma vez que a distorção aconteceu apenas nos padrões aplicados para o mercado japonês.
O problema foi identificado durante análises de controle de qualidade voluntárias, intensificadas após o escândalo ocorrido com a própria Nissan no ano passado.
De 2.200 análises realizadas em seis fábricas da empresa, 1.200 apresentaram algum tipo de falsificação nos testes de emissões de poluentes.
“Este é um problema muito grande e grave para nossa empresa. Percebemos que nosso controle de qualidade ainda é deficiente”, afirmou o chefe operacional da Nissan, Yasuhiro Yamauchi.
De acordo com Yamauchi, informações internas indicam que os primeiros registros de acidentes datam de 2013 e envolvem 10 funcionários, embora dados podem indicar que os problemas já aconteciam antes disso.
O executivo acrescentou que a Nissan realizará uma investigação para descobrir as causas do problema. A expectativa da marca é que o processo dure pelo menos um mês.