Chevrolet Cobalt evolui em beleza e tecnologia; merecia novo motor
André Deliberato
Do UOL, em Belo Horizonte (MG)
11/01/2016 08h00
Dois empecilhos, basicamente, impediam o antigo Chevrolet Cobalt 1.8 de ser um carro mais sofisticado e competitivo frente à concorrência: o desenho cafona e o motor sem fôlego -- o 1.8 EconoFlex é uma adaptação feita sobre o 1.4 homônimo. Parte dos problemas foi resolvida.
O visual dianteiro era inspirado no hatch Agile, carro que só durou cinco anos no mercado nacional. Precisa dizer mais? A traseira era neutra: não encantava nem chateava. Sim, o segmento preza por funcionalidade, deixando forma em segundo plano: Nissan Versa e Toyota Etios Sedan provam que o visual conta pouco entre os sedãs compactos ampliados.
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Ainda assim, Honda City e Ford Fiesta Sedan foram renovados e deram aula de harmonia no quesito design e também em recheio, provando que o Cobalt precisava mudar para garantir seu espaço. Isso aconteceu em dezembro passado, quando o sedã passou por sua primeira grande mudança desde que foi lançado no Brasil, em 2011. O desenho ficou melhor, embora tenha improvisos (veja na imagem abaixo), e o interior evoluiu consideravelmente, em tecnologia e requinte.
Além disso, o sedã estreou a central multimídia MyLink 2, que já tinha uma das funcionalidades mais interessantes do segmento e agora pode até espelhar celulares (via CarPlay e Android Auto), e também passou a oferecer o OnStar, serviço de atendimento 24h personalizado da GM. UOL Carros rodou por cerca de duas semanas com o Cobalt Elite e o sistema funcionou perfeitamente, seja via cabo, com iPhone e celular com Android, ou via Bluetooth.
Motor precisa mudar
O motor, porém, continua sendo o 1.8 EconoFlex de antes. Não que seja ruim ou beberrão, mas 108 cv e 17,1 kgfm de torque com etanol (106 cv e 16,4 kgfm com gasolina) é praticamente o mesmo que o motor 1.0 turbo de três cilindros do Volkswagen up! TSI pode render (são 101/105 cv e 16,8 kgfm de torque).
Sobra tecnologia quando o assunto é conectividade, mas falta novidade na parte mecânica. O conjunto de direção mantém a assistência hidráulica (e não elétrica, como em carros mais modernos) e os freios continuam a usar discos ventilados na dianteira e obsoletos tambores na traseira.
O câmbio automático de seis marchas é a exceção: bom, mas que poderia ser melhor em parceria com motor mais moderno -- a GM deveria investir na mudança, sobretudo se considerarmos que o Elite 2016 custa salgados R$ 67.990.