Ferrari expande recall de airbags: 2.600 carros em todo o mundo
Do UOL, em São Paulo (SP), com agências internacionais
20/07/2015 16h41
Logo após a NHTSA (agência de segurança rodoviária dos Estados Unidos) apontar, na sexta-feira (17), que todos os modelos da Ferrari vendidos no país estão envolvidos na convocação em massa de carros com airbags defeituosos fabricados pela japonesa Takata, a marca italiana de superesportivos decidiu convocar 2.600 unidades em todo o mundo.
Nos Estados Unidos, o recall compulsório apontado pela NHTSA envolve 814 unidades de todo o line-up da marca: 458 Italia, 458 Italia Spider, 458 Speciale, 458 Speciale A, California T, FF, F12 Berlinetta e LaFerrari. Todas foram fabricadas entre dezembro de 2014 e abril deste ano usando airbags da Takata.
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Segundo a agência AFP, esta mesma relação vale para o recall global anunciado agora: "É um possível defeito de produção em um componente no interior dos airbags, que pode afetar cerca de 2.600 carros", explicou o porta-voz da Ferrari.
Falha maciça
Esta convocação da Ferrari, primeiro nos EUA e agora em todo o mundo, coloca uma das marcas mais míticas do mundo no meio do escândalo envolvendo a Takata. A fabricante japonesa bateu o recorde de maior recall automotivo da história, com 53 milhões o número de carros afetados desde 2008 (34 milhões só nos EUA), com airbags defeituosos instalados em modelos da Toyota, Nissan, Honda (que chegou a cortar salários de executivos), Subaru e BMW, entre outras. Há casos até mesmo no Brasil.
Com o defeito, graves explosões no sistema de airbags podem ocorrer, quando os equipamentos são deflagrados, após acidentes. O defeito ocorre sobretudo em ambientes úmidos. Segundo denúncias, os airbags defeituosos são responsáveis pela morte de oito pessoas e por mais de 100 feridos no mundo.
Ainda assim, a empresa informou, na última semana, que não pretende criar um fundo de compensação para vítimas, preferindo tratar de cada caso -- ou de seus desdobramentos jurídicos -- separadamente, declaração que irritou congressistas americanos.
"A Takata acredita que não é necessário um fundo de compensação em nível nacional", afirmou Kevin Kennedy, vice-presidente executivo da Takata.