Ferrari 250 GTO 1962, à venda por R$ 144,1 milhões, pode ser falsa
Do UOL, em São Paulo (SP)
04/08/2014 13h39
Na semana passada uma unidade da raríssima Ferrari 250 GTO, fabricada em 1962 (apenas 39 unidades deste modelo foram produzidas), foi colocada à venda por US$ 64 milhões (cerca de R$ 144,1 milhões). O valor, caso alguém se interesse em pagá-lo, faz do veículo o carro mais caro do mundo em toda a história, superando outra unidade da GTO, vendida por US$ 52 milhões (aproximadamente R$ 117,1 milhões) no ano passado.
Há, porém, um fato curioso em relação a esta venda. Ao contrário do que aconteceu com as demais 250 GTO negociadas nos últimos anos (em leilões e eventos megachiques), a unidade em questão não irá a leilão: ela foi anunciada em um site de classificados alemão (mobile.de).
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De acordo com Marcel Massini, superespecialista em carros da Ferrari, o veículo do site é uma réplica. "Posso garantir com 100% de certeza", afirmou, em entrevista ao canal de televisão norte-americano CNBC. "Eu sei onde estão os 39 carros que foram produzidos. E este não é original."
O anúncio, simples, continha apenas três fotos em baixa qualidade e o logotipo de uma marca de suplementos alimentares. Para piorar, ele não possuía menção sobre o número do chassi, informação básica no caso de uma Ferrari GTO, já que este número serve não só para confirmar a autenticidade do veículo, mas também para identificar o histórico do carro e os dados de antigos proprietários (em carros como a icônica GTO, é a própria fabricante que guarda o histórico documentado).
MAS DE ONDE VEIO ESTA FERRARI?
A trama começou quando o site norte-americano autoblog.com apurou quantas 250 GTO existiam na Alemanha, e descobriu que são apenas duas. Uma é prata e a outra é vermelha, ambas com chassi identificado. A partir disso a notícia se espalhou e chegou até a canais de televisão, como a CNN e a CNBC.
O curioso é que um destes dois modelos identificados pelo Autoblog vai a leilão, por cerca de US$ 35 milhões (R$ 79,4 milhões), no próximo dia 14.
A partir disso, mídia e especialistas se perguntam se o carro realmente existe, se o anúncio faz parte de planos de golpistas (que comprariam a 250 GTO pelos US$ 35 milhões do leilão e a revenderiam pelos US$ 64 milhões antes de efetuar o pagamento, para lucrar R$ 29 milhões) ou se tudo isso foi apenas uma ação planejada para divulgar a marca de suplementos.