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Genebra, salão de megacarros, se rende a modelos pequeninos

André Deliberato

Do UOL, em Genebra (Suíça)

11/03/2014 07h00

Com a Europa ainda se recuperando da crise financeira e social iniciada na década passada, a aposta das fabricantes no Salão de Genebra de 2014 foi em veículos compactos e subcompactos, que de modo geral têm como apelo os baixos consumo de combustível e índice de emissão de poluentes.

O evento de Genebra (cidade de um país, a Suíça, que não têm grandes fabricantes de carros) é mundialmente conhecido por ser palco de lançamentos grandiosos de superesportivos e modelos de luxo. Ferrari LaFerrari, Lamborghini Veneno, Alfa Romeo 4C e McLaren P1 são exemplos de estrelas recentes -- e este ano a tradição não foi abandonada, já que houve as apresentações de Huracán, California TMcLaren 650S e Rolls-Royce Ghost II.

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Mas quem normalmente é protagonista agora virou coadjuvante. É o que mostram 13 "pequeninos" que roubaram a cena no pavilhão de exposições suíço -- e que se tornam opções cada vez mais "gigantes" aos olhos do motorista europeu (em princípio, apenas a versão do Fiat 500 tem chances de ser vendida no Brasil). Leia abaixo sobre eles:

Nova geração do menor carro da Citroën é, ao lado do C4 Cactus, um dos destaques da marca em seu estande. Chama atenção o visual frontal, que segue o novo padrão estético da marca, com três faróis alinhados (um deles de LED, próximo ao parachoque), lembrando a disposição inaugurada pelo C4 Picasso. Com apenas 3,46 metros de comprimento, 1,62 m de largura e 1,45 m de altura, o C1 pesa 840 quilos e terá versões duas e quatro portas. Terá duas opções de motor, ambas a gasolina e com três cilindros. O destaque é o inédito propulsor de 1,2 litro, 82 cv e 12 kgfm de torque -- que, segundo a fabricante, pode fazer até 23,2 km/litro de combustível. O câmbio será manual de cinco marchas. Sua chegada ao mercado europeu está prevista para a metade do ano. A nova geração ainda não possui preços oficiais (a atual custa a partir de 10.150 euros).

Pequeno, mas ligeiro. O Fiat 500 Abarth 695 Biposto é a versão mais potente da história da linha Cinquecento. Como sugerem os sobrenomes, o Abarth Biposto tem apenas dois lugares e muita força: são 190 cv extraídos do conhecido motor 1.4 turbo (o mesmo que equipa a linha T-Jet no Brasil) e apenas 997 kg. A combinação é capaz de fazê-lo acelerar de 0 a 100 km/h em 5,9 segundos e alcançar 230 km/h. Entre as modificações técnicas estão amortecedores ajustáveis, rodas de 18 polegadas, bancos esportivos com cintos de quatro pontos, janelas de plástico e escapamento da Akrapovic. Tudo isso em apenas 3,55 m de comprimento. Os preços ainda não foram definidos.

Um dos carros mais longevos da Fiat na Europa, o Panda ganhou uma nova versão no Salão de Genebra. Chamada de Cross, a configuração do hatch recebeu recursos mecânicos e equipamentos de verdade para uso fora-de-estrada: tração integral, coberturas no parachoques e paralamas, suspensão elevada e pneus de uso misto. São duas opções de motor, uma a diesel (de 1,3 litro e 80 cv) e outra a gasolina, que usa motor 1.0 turbo de 89 cv. Assim como o Uno, primo distante brasileiro, o Panda foi desenhado pelo designer italiano Giorgetto Giugiaro durante a década de 1980 -- no total, são 3,65 m de comprimento e 2,30 m de entre-eixos. Um Panda 4x4 custa a partir de 17.360 euros. A versão Cross, ainda sem preço oficial definido, deve custar um pouco mais que isso.

Apesar de não ter estreado no evento (sua primeira aparição foi no Salão de Frankfurt do ano passado), a nova geração do Hyundai i10 teve posição de destaque no estande da montadora coreana em Genebra. "Primo" do Kia Picanto (assim como o brasileiro HB20, que é feito sobre a mesma plataforma), o i10 é a opção de entrada da marca no mercado europeu. São 3,67 metros de comprimento, 1,66 m de largura, 1,50 m de altura e porta-malas de 252 litros. A gama de motores traz blocos 1.0 de três cilindros, 66 cavalos e 9,6 kgfm de torque; e 1.2 de quatro cilindros, 90 cv e 12,1 kgfm. O carrinho custa 8.990 euros no Velho Continente.

Feito sobre a base do Fiat 500 (são 3,84 m de comprimento, um pouco maior que o Cinquecento), o Lancia Ypsilon ganhou duas versões especiais em Genebra. A primeira, batizada de S Momodesign, foi feita em parceria com o estúdio italiano homônimo. Essa configuração pode usar os motores 1.2 FireEvo II de 69 cv, 0.9 TwinAir de 85 cv ou ainda o 1.3 MultiJet II de 95 cv. A transmissão pode ser manual ou automatizada. A segunda versão chama-se Elefantino, em referência ao nome usado pela equipe de rali da Lancia em 1953. Ela usa a mesma mecânica da Momodesign, mas traz exclusividades por toda a carroceria, como as cores. Ambas chegam ao mercado europeu em junho. Um Lancia Ypsilon tradicional custa a partir de 13.100 euros.

Apesar de não se tratar de um modelo em produção, o conceito Hazumi antecipa a próxima geração do Mazda 2, carro de entrada da marca japonesa. Sob forte influência dos recém-lançados Mazda 3 e Mazda 6, o subcompacto contará com novas tecnologias e compartilhará plataforma com o SUV CX-5. Será a estreia, também, do motor a diesel de 1,5 litro, que terá sobrenome Skyactiv (assim como sua versão a gasolina, já existente). Além da produção europeia, o carrinho também poderá ser feito no México. Como ainda está em fase de protótipo, as dimensões do carro exposto não foram divulgadas e não serão as mesmas do carro final. O Mazda 2 de atual geração custa 14.400 euros.

Lançado no Salão de Paris em 2012 para homenagear o criador da marca, Adam Opel, o Opel Adam ganhou uma nova versão durante o Salão de Genebra 2014. Chamada de Rocks, a nova configuração, que incorpora teto retrátil, também traz novidades estéticas e funcionais, como suspensão 15 mm mais alta, parachoques dianteiro e traseiro redesenhados e dois novos desenhos de roda. São 3,69 m de comprimento e 2,31 m de entre-eixos. Na parte mecânica, o carro ganhou novo motor 1.0 turbo de três cilindros, 90 cavalos (ou 115 cv) e 17 kgfm de torque, ambos acoplados a um novo câmbio manual de seis marchas. Outros dois propulsores estão disponíveis: 1.2 de 70 cv e 1.4 de 87 ou 100 cv. A novidade ainda não tem preço (o convencional parte de 10.990 euros).

Assim como o novo Citroën C1, o Peugeot 108 também ganhou nova geração em Genebra (eles compartilham a plataforma). Com visual baseado no 208 e no 308, o carrinho mede 3,47 metros de comprimento e pesa cerca de 840 quilos. Entre as motorizações disponíveis estarão o propulsor 1.0 e-VTi de três cilindros (68 cv) e o 1.2 VTi de quatro cilindros (82 cv), ambos a gasolina e dotados de sistema start/stop. O câmbio é manual de cinco marchas e há opção de transmissão automática. Suas vendas começam após o salão, por aproximadamente 10.300 euros.

Principal destaque do estande da Renault, a nova geração do Twingo utiliza um jeito diferente (mas não inovador) de ganhar espaço interno: coloca motor e tração na parte traseira do veículo. O desenvolvimento foi feito pela marca francesa em conjunto com a Daimler (dona da Mercedes-Benz e da smart) e também deve ser utilizado pela futura geração do fortwo. "Ao tirarmos o motor e a tração da frente, conseguimos aliviar a extremidade dianteira, fato que possibilita aumentar o raio das curvas. O carro fica mais espaçoso e ainda ganha comportamento mais ágil e divertido", diz a empresa. São exatos 3,50 metros de comprimento e duas opções de motor: 1.0 aspirado de três cilindros, 71 cavalos e 9,3 kgfm de torque; e 0.9 turbo, também três-cilindros, capaz de gerar 91 cv e 13,8 kgfm de torque. Os preços não foram anunciados.

Um dos destaques da Suzuki no evento foi a nova geração do subcompacto Celerio, que será importado da Tailândia à Europa. O projeto foi desenvolvido em parceria com a Maruti (subsidiária indiana da Suzuki). Assim como o Renault Twingo, o subcompacto tailandês tem 3,50 metros de comprimento. É, também, outro modelo a utilizar motor de três cilindros (1.0 a gasolina) com start-stop. A transmissão é automatizada de cinco marchas. De acordo com a marca, as vendas começam até o final do ano, por preço ainda indefinido.

A indiana Tata Motors, dona do grupo Jaguar Land Rover, exibe em Genebra o Bolt, modelo de 3,82 metros de comprimento (já meio grandinho para ser chamado de subcompacto) que oferece uma série de itens no pacote de entrada, como: central multimídia com tela de cinco polegadas e GPS, direção hidráulica, luzes diurnas em LED e volante com comandos do som. Programado para chegar ao mercado europeu no segundo semestre, o Bolt pode usar motor 1.2 turbo a gasolina de 84 cv ou o propulsor 1.3 a diesel Multijet II da Fiat (o mesmo do Lancia Ypsilon, de 95 cv). O câmbio pode ser automatizado ou automático de cinco marchas.

O Zest é o sedã do Bolt. Assim como o hatch, o modelo (um notchback, ou "dois-volumes-e-meio") diferencia da concorrência pela boa oferta de equipamentos e pelos conjuntos mecânicos (a gasolina e a diesel) turbinados. A frente do Zest é exatamente igual à do Bolt, mas a traseira ostenta um pequeno porta-malas que o deixa um pouquinho maior (3,99 metros) e bastante simpático. Os preços dos dois indianos não foram anunciados.

O carro mais barato da Toyota na Europa (a partir de 9.850 na atual geração) acaba de ser renovado. Trata-se do Aygo, subcompacto de 3,45 metros de comprimento que divide plataforma com Citroën C1 e Peugeot 108. Suas vendas estão programadas para começarem logo após o final do evento suíço. Toda a produção será concentrada na fábrica conjunta que marcas mantêm em Kolín, na República Tcheca. Entre os destaques do carro -- além do ousado desenho em X da dianteira) está um novo sistema multimídia com navegação e tela tátil de sete polegadas. O carro também usa motor 1.0 de três cilindros a gasolina (única opção por enquanto, segundo a marca) que gera 68 cavalos e 9,7 kgfm de torque. De acordo com a fabricante, o consumo de combustível pode chegar a 25 km/l. Os preços da nova geração devem ser anunciados nas próximas semanas.

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