Topo

Audi A8 sobe o nível dos sedãs de luxo por meio milhão de reais

No topo da gama de sedãs da Audi, A8 cobra caro por conforto e tecnologia extremos Imagem: Divulgação

Eugênio Augusto Brito

Do UOL, em São Paulo (SP)

19/11/2010 20h53

Uma das atrações do recheado estande da Audi no Salão do Automóvel de São Paulo, ao lado do compacto A1 e do superesportivo R8 V10, foi o sedã grande A8, que desembarca no país por R$ 505 mil iniciais de olho no público endinheirado de Mercedes-Benz Classe S e BMW Série 7. Para estes, o modelo da casa de Ingolstadt testado por UOL Carros entrega o já esperado acabamento classudo com uma generosa pitada de esportividade, além da oferta extremada de equipamentos de conforto e tecnologia.

É desnecessário dizer que um sedã deste segmento é completo, mas provamos isso mostrando a lista de opcionais: ao encomendar uma unidade, o futuro proprietário pode decidir alterar o tipo de madeira e metal que revestirão portas, painéis e consoles; incluir teto solar com painel fotoelétrico para alimentar o sistema de climatização; adicionar conjunto de entretenimento traseiro e frigobar; e/ou trocar o conjunto de rodas de liga leve de 19 polegados por um maior, aro 20 polegadas com pneus 265/40, e o som premium Bose (que já é fenomenal) por outro ainda mais sofisticado da marca Bang&Olufsen -- somente esta última troca já acrescentará  R$ 80 mil ao preço final.

No Brasil, há ainda o custo da blindagem, que pode elevar o preço do carro em até 50% ao mesmo tempo em que impossibilita o uso do teto solar, mas que será bancado por todos os compradores típicos deste carro, confirma a assessoria da marca. É o custo da sensação de insegurança, "epidemia" que segundo a Audi faz do país o único no mundo a adotar em peso um recurso que, no exterior, geralmente é destinado a carros de chefes-de-estado. Mesmo assim, uma unidade do A8 foi vendida semanas antes do lançamento no salão e outros nove carros devem ter o emplacamento concretizado até o final do ano.

O QUE ELE TEM
A gama Audi, com sua identidade padronizada, pode ser comparada a um conjunto de ternos masculinos e, assim, o A8 seria o smoking de grife: tudo nele se parece com o que é encontrado no A4, A5 ou A6, mas feito de modo aperfeiçoado, mais bem-acabado e caro.

A grade frontal do A8 se vale de ensinamentos de moda (listras verticais afinam a silhueta, enquanto as horizontais ampliam) para ressaltar a sensação de largura da carroceria com oito filetes cromados dispostos horizontalmente. As medidas são expressivas: 5,13 metros de comprimento, 1,94 m de largura e 2,99 m de entre-eixos. Comparando o espaço interno determinado pelo entre-eixos, o Toyota Corolla tem 2,6 m, o Hyundai Azera tem 2,8 m, o BMW Série 7 tem 3,0  m e o Mercedes Classe S, 3,03 m.

A unidade de teste, ainda da pré-série, contava com o farol tradicional, que traz alguns LEDs e mantém os fachos de xênon. A versão final do A8, porém, tem apenas LEDs em seus conjuntos ópticos: são 62 diodos nos faróis e 72 nas lanternas traseiras.

O conforto é garantido pelo acabamento em madeira de lei e alumínio (ou aço escovado, opcionalmente), couro Valcona e iluminação âmbar da cabine (também gerada por LEDs). Os quatro assentos principais são tão amplos quanto as poltronas da classe executiva de voos internacionais -- tanto que se você sentar atrás vai acabar não enxergando quem está à frente. Cada um desses bancos conta com até 22 ajustes elétricos (a versão mais barata tem 12 regulagens), cinco programas de massagem (três nos assentos traseiros), aquecimento e refrigeração. Há ainda espaço para um quinto passageiro, de preferência uma criança, mas para isso é preciso abrir mão do console central traseiro e dos controles embutidos. A prioridade ao espaço da cabine é tanta, que o porta-malas acabou perdendo espaço e ficou pequeno para o porte do carro: são "apenas" 510 litros, mesmo volume do Renault Logan. 

A interface MMI Plus foi ampliada e deixou de comandar apenas o som e as quatro zonas de climatização: com jeitão de celular sensível ao toque, combina tela de LCD basculante de sete polegadas, botão giratório e touchpad e permite que condutor use as pontas dos dedos para controlar rádio, CD player, reprodutor de cartões SD, TV, DVD e serviço de celular, navegação e internet 3G (com slot para cartão SIM de operadora e um aparelho integrado ao console), bem como as demais funções do carro -- estão lá o Drive Select com seus quatro programas de altura da suspensão, rigidez da carroceria e disposição do motor (Auto, Comfort e Dynamic, além do modo Individual, que permite uma mescla dos anteriores), os ajustes de bancos e cintos de segurança, e os padrões iluminação e segurança.   

Apenas o motor V8 a gasolina de 4,2 litros, 372 cavalos de potência e 45 kgfm de torque está disponível por aqui. Mas deu conta do recado com o reforço do câmbio Tiptronic de oito marchas e da tração integral quattro (que por padrão manda 60% da força gerada às rodas traseiras): com aceleração de 0 a 100 km/h feita em 5,7 s, a velocidade máxima limitada eletronicamente a 250 km/h pode ser facilmente alcançada se o motorista ignorar as leis de trânsito. O que importa, porém, é que o A8 roda tranquilo a maior parte do tempo e ainda se mantém pronto a qualquer solicitação do pedal direito. O silêncio a bordo também é primoroso e mantém os ocupantes em "outro mundo" -- uma tempestade quase nos levou a ter de estacionar o carro por alguns instantes, mas não ouvimos o ruído de um raio. O consumo também é bom: a Audi aponta média combinada de 10,5 km/l. Em nosso teste, alcançamos as marcas de 9,7 km/l na cidade e quase 13 km/l na estrada.

Se preferir, o motorista pode nem usar os pés: o controle de cruzeiro adaptativo foi ampliado e além de manter velocidade e distância definidas para o carro da frente, também alerta ao condutor, chegando a desacelerar e até frear totalmente o carro, caso o tráfego pare e o motorista não reaja, voltando a acelerar o motor se o trânsito fluir em alguns segundos, numa situação típica do anda-e-para dos grandes centros. Há ainda o Side Assist, que alerta da presença de carros nos pontos-cegos laterais, e câmeras especiais para leitura das placas de limite de velocidade e do registro de calor (infravermelho) de veículos e seres vivos em até 300 metros -- está última também se mostrou muito útil em situações de baixa visibilidade (só funciona com os faróis acesos), chegando a apontar pessoas e animais na via, mas o motorista nunca deve se valer apenas dela para conduzir o veículo.   

Com tudo isso, ficou difícil acreditar estarmos num carro de duas toneladas, sustentandas pelo chassi Audi Space Frame em liga de alumínio. Mas ficamos com a certeza de estar num carro de muitos milhares de reais.

Comunicar erro

Comunique à Redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:

Audi A8 sobe o nível dos sedãs de luxo por meio milhão de reais - UOL

Obs: Link e título da página são enviados automaticamente ao UOL

Ao prosseguir você concorda com nossa Política de Privacidade


Últimas de Carros