Topo

Mercedes-Benz SLK 200 K se posiciona entre a esportividade e a ostentação

Da AutoPress

Especial para o UOL

29/05/2010 08h00

No seleto grupo de marcas premium, a ordem é povoar o imaginário coletivo, seja consumidor ou não. E quanto maiores e mais exclusivas as doses de status, requinte e tecnologia, melhor. No roadster, por exemplo, o espaço é limitado, mas o modelo tem um charme intrínseco. A tal ponto que a assinatura da marca na ponta do capô fica parecendo ostentação. Com um desenho arrojado, bastante luxo e a estrela de três pontas à frente, o Mercedes-Benz SLK é pioneiro entre os carros com capota rígida retrátil. Ele cumpre bem o papel de atrair olhares e inveja -- boa e má (se é que a diferenciação existe) -- por onde passa.

O design do SLK é o principal chamariz e tem traços herdados da extinta parceria da Mercedes com a McLaren. O capô comprido e abaulado tem ressalto bem ao centro, que insinua um bico de carro de Fórmula 1. Ele vai até a tomada de ar superior, com grade tipo colmeia. As duas aletas que se projetam lateralmente, na altura do grande emblema da marca, também insinuam uma asa dianteira. A maior mudança no face-lift de 2008 foi no para-choque, mais largo, e nas molduras dos faróis de neblina, maiores. A grande entrada de ar inferior passa a ser separada por barras inclinadas -- antes, eram verticais. O cupê-conversível ganhou também motor 3.2 V6; já a versão 200 K, com  motor 1.8, desembarcou no Brasil apenas em setembro do ano passado.

ÁLBUM DE FOTOS

Clique para acessar conteúdo externo

VEJA MAIS DETALHES DO SLK

Visto de perfil, o roadster dois-lugares transmite a sensação de movimento. Uma percepção reforçada pela linha de cintura em cunha acentuada e ao capô com traços angulosos. Um vinco na lataria corta o estilo predominantemente liso das laterais e acompanha de forma quase fidedigna a linha de cintura. Os para-lamas bojudos inserem uma dose de robustez ao modelo. Com a capota fechada, o SLK ainda ostenta um teto retrátil com caimento em arco. Na traseira, as generosas lanternas delimitam o corte do porta-malas e invadem discretamente as laterais. Do para-choques bojudo se projetam duas ponteiras de escapamento trapezoidais. Na tampa do porta-malas, um aerofólio em forma de arco traz o brakelight embutido.

No interior, requinte e o desenho clássico típico dos Mercedes. O revestimento obviamente é em couro e há detalhes em aço escovado por várias partes do painel. O volante concentra comandos do som e do Bluetooth e paddle-shifts para mudanças de marchas sequenciais. O quadro de instrumentos conta com mostradores cônicos. Os bancos esportivos têm as extremidades mais largas e salientes e um console central serve de descansa-braço. O teto pode ser acionado em 22 segundos através de um botão na base do console ou através do comando na chave do carro.

A lista de equipamentos segue a lógica. Na parte de segurança, o SLK 200 oferece controles eletrônicos de estabilidade e de tração, airbags frontais e laterais, freios com ABS e EBD, faróis bixênon e retrovisores interno e externo esquerdo eletrocrômicos. Nos itens de conforto, equipamentos obrigatórios para um carro deste quilate: ar automático, direção hidráulica, trio, regulagens elétricas do banco e do volante com memórias, assentos com aquecimento, rádio/CD/MP3 com interface com iPod, Bluetooth, sensor de chuva, controle de cruzeiro com limitador de velocidade e computador de bordo, entre outros.

Sob o capô, o SLK 200 K guarda um motor 1.8 com compressor mecânico, 184 cv a 5.500 rpm e torque máximo de 25 kgfm entre 2.800 e 5 mil giros. A unidade de força trabalha com um câmbio automático de cinco velocidades. Desta forma, o roadster custa R$ 210.676. Seus concorrentes entre as marcas premium seriam o BMW Z4 sDrive 23i, que parte dos R$ 217 mil, e o Audi TT Roadster, a R$ 215 mil. Ambos têm motores mais potentes, respectivamente com 204 e 200 cv. Poder abrir e fechar a capota ao simples toque de um botão, além de tornar o carro mais versátil, é sempre um charme extra. E para quem pede por mais e mais, o roadster ainda é vendido no Brasil em sua versão “preparada” da AMG, com propulsor 5.4 V8 de 360 cv.

Veja também

 

FICHA TÉCNICA: Mercedes-Benz SLK 200 K

Motor:A gasolina, dianteiro, longitudinal, 1.796 cm³, compressor mecânico, quatro cilindros em linha, quatro válvulas por cilindro e comando variável de válvulas na admissão. Injeção eletrônica de combustível multiponto sequencial e acelerador eletrônico. Bloco e cabeçotes em alumínio.
Transmissão:Câmbio automático de cinco marchas à frente e uma a ré com opção de trocas manuais sequenciais na manopla do câmbio ou através de borboletas no volante. Tração traseira e controle eletrônico de tração.
Potência:184 cv a 5.500 rpm.
Torque:25 kgfm entre 2.800 e 5 mil rpm.
Diâmetro e curso:82,0 mm x 85,0 mm.
Taxa de compressão: 8,5:1.
Suspensão:Dianteira independente com três braços, molas helicoidais, amortecedores a gás e barra estabilizadora. Traseira independente com braços múltiplos, molas helicoidais e amortecedores a gás. Controle eletrônico de estabilidade.
Freios:Discos ventilados na frente e discos sólidos atrás. ABS, EBD e assistente de frenagem de emergência.
Pneus:225/45 R17 na frente e 245/40 R17 atrás em rodas de liga leve.
Carroceria:Cupê-conversível em monobloco com duas portas e dois lugares. Com 4,10 metros de comprimento, 1,77 m de largura, 1,29 m de altura e 2,43 m de distância entre-eixos. Oferece airbags frontais e laterais.
Peso:1.390 kg.
Porta-malas:300 litros (208 litros com a capota recolhida).
Tanque:70 litros.

IMPRESSÕES AO DIRIGIR
A tentação de recolher a capota em um roadster é quase irresistível. No caso do SLK, mais ainda. Afinal, o modelo da Mercedes-Benz esbanja charme, requinte e estilo, com seu design bastante arrojado e esportivo. Sem capota, o carro ganha ainda mais apelo. Mas nem só de rosto bonito vive um carro, até mesmo no caso do SLK. É preciso verificar se a proposta arrojada dos traços bem definidos do roadster se reflete no desempenho dos 184 cv sob o capô da versão 200 K Sport.

E, inicialmente, o desempenho do SLK 200 decepciona. Isso porque as investidas no pedal do acelerador não têm uma resposta ágil por parte do conjunto propulsor/câmbio. Ou seja, o motor com compressor mecânico e a transmissão do roadster demoram a se entender até mover os quase 1.400 kg do carro.

Mas essa má impressão inicial é desfeita a partir da segunda marcha, quando o SLK mostra mais apetite. O modelo desenvolve com facilidade e o motor trabalha bem com a transmissão automática de cinco velocidades, apesar do buraco entre a terceira e a quarta, com bastante agilidade nas mudanças de marcha.

Com tal desenvoltura, o SLK é capaz de chegar com facilidade aos 225 km/h de máxima. As retomadas são ainda mais espertas. O motor entrega os 25 kgfm já nas 2.800 rpm e numa faixa de giros extensa, até 5 mil rpm. Com isso, basta pisar que o propulsor enche rápido e otimiza a performance do SLK em uma ampla faixa de rotações em situações de ultrapassagem ou em trechos de subida. É na serra, aliás, onde o roadster da Mercedes fica mais divertido. Acionando os paddle-shifts para as trocas de marcha sequenciais, o condutor tem mais poder sobre o carro.

Essa sensação de carro de competição é reforçada por outros aspectos. A direção progressiva fica pesada o bastante para dar precisão em altas velocidades e nas curvas. A estabilidade exemplar é outro ponto de destaque: suspensão bem acertada, os controles de estabilidade e de tração, em conjunto com a carroceria rígida, ajudam o SLK a praticamente grudar no chão, mesmo em retas e acima de velocidades civilizadas. Mas o próprio habitáculo do SLK estimula tal esportividade, com bancos e painel que parecem abraçar o motorista.

O arrojo, porém, também entrega a conta ao conforto. Com a capota fechada há uma sensação claustrofóbica, não há porta-trecos e os assentos envolventes são um tanto duros e cansam o motorista em trajetos mais longos. A suspensão foi pensada para os “tapetes” das vias europeias. Nos buracos das grandes cidades brasileiras, a filtragem é falha e os sacolejos dentro do habitáculo são inevitáveis. A própria proposta do SLK ainda compromete os acessos. Entrar em um carro tão baixo e apertado exige esforços dos ocupantes das mais variadas estaturas. O volante e o banco do motorista contam com ajustes elétricos, mas a posição de dirigir é sempre esportiva e rebaixada e os botões para mexer no assento são de difícil acesso, o que obriga o condutor a espremer a mão para acioná-los ou abrir a porta. Com a capota fechada, a visibilidade traseira ainda fica comprometida e com o agravante de que o roadster, apesar de custar mais de R$ 210 mil, não tem um prosaico sensor de obstáculos.

Ainda assim, não chega a ser um preço alto a se pagar para se desfilar com o roadster da Mercedes. (por Fernando Miragaya)

Comunicar erro

Comunique à Redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:

Mercedes-Benz SLK 200 K se posiciona entre a esportividade e a ostentação - UOL

Obs: Link e título da página são enviados automaticamente ao UOL

Ao prosseguir você concorda com nossa Política de Privacidade


Últimas de Carros