Embalado pela frente nova, Vectra GT cresce nas vendas
Da AutoPress
Especial para o UOL
22/04/2009 00h05
No mercado de automóveis, é normal modelos passarem por uma re-estilização na chamada meia idade. Um estágio que, por aqui, demora mais para acontecer -- os carros brasileiros "ficam jovens" por mais tempo porque as montadoras locais resistem a admitir que envelheceram. Lá fora, as gerações de automóveis de passeio costumam durar, em média, sete anos, enquanto, no Brasil, uma mesma plataforma se perpetua por mais de uma década e/ou se reinventa em outros produtos com aparência de novo. Mas, nas peculiaridades da indústria nacional, o Chevrolet Vectra GT se tornou uma interessante exceção. Com menos de dois anos de vida, o hatch passa por uma remodelação visual e ganha mais potência no motor. Na verdade, pega carona na renovação da linha, iniciada pelo sedã, este sim em seu quarto ano de vida. Uma estratégia para tentar manter as vendas até 2011, quando a linha Vectra deve dar lugar ao Cruze, nova plataforma global de médios da General Motors.
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A tática deu resultado. Se no final do ano passado as médias do hatch ficaram abaixo das 800 unidades, em março deste ano, o Vectra GT assinalou 1.052 unidades comercializadas. Muito embalado, é claro, pelo bom desempenho do mercado interno brasileiro no mês, mas também fruto de uma repaginação visual que, mesmo discreta, sempre surte efeito no mercado nacional. O GT adotou a tal nova identidade da Chevrolet no mundo, evidenciada na grade frontal bipartida mais larga e afilada, com a ampliada logomarca da gravatinha dourada, que aposentou o círculo envolvente. A renovação do Vectra GT ganhou a alcunha marqueteira de Remix, enquanto no sedã foi chamada de Next Edition.
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O capô recebeu dois vincos invertidos e os para-lamas estão mais encorpados. O conjunto ótico, os faróis de neblina e o para-choque dianteiro também foram redesenhados, privilegiando linhas mais definidas. As carcaças dos retrovisores ganharam piscas integrados e as rodas de liga leve aro 16 (na versão GT-X, mais cara e completa, são de 17 polegadas) exibem novo desenho. Na traseira, a nova logomarca dourada também surge na tampa do porta-malas, logo acima da barra cromada horizontal.
A GM aproveitou a re-estilização para minimizar algumas queixas de consumidores do Vectra. Em especial, a interatividade do modelo. Porta-objetos, que eram raríssimos no médio, foram inventados no habitáculo. Espaços nas portas foram aumentados para abrigar garrafas de 600 ml. O pessoal da GM ainda conseguiu abrir nichos à frente da manopla do câmbio -- no lugar que era do cinzeiro -- e abaixo da alavanca do freio de estacionamento para criar dois discretos porta-trecos. No embalo, bancos e suas forrações foram modificados, assim como o quadro de instrumentos, cujos mostradores agora têm fundo preto e bordas brancas.
ACELERADAS | |||||
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O VELHO MELHORADO
Sob o capô, porém, está uma mudança que supera apenas a estética. O velho motor 2.0 da Família II da GM -- dos anos 80, inaugurada no Monza -- também sofreu alterações. O coletor de admissão em alumínio cedeu lugar a um em plástico, 30% mais leve. Além disso, o conjunto foi dotado de um coletor de escape em aço inox e um sistema de comando de válvulas roletado, que gera menor atrito e maior eficiência. Com isso, o propulsor está 12 cv mais potente. Agora, são 140 cv com álcool e 133 cv com gasolina a 5.600 rpm, enquanto o torque ficou em 19,7 kgfm e 18,9 kgfm a 2.600 giros.
No mais, o Vectra GT segue com uma lista de itens de série condizente com o segmento. Airbag duplo, ar-condicionado automático, direção hidráulica, trio elétrico, ajustes do volante e do banco do motorista, retrovisor eletrocrômico, rádio/CD/MP3 com entrada auxiliar e para SD Card, além de Bluetooth, entre outros. Mas perdeu o navegador GPS de série que, na versão Remix, virou acessório.
Assim, o Vectra GT Remix começa em R$ 56.034. Com ABS e EBD nos freios e sensor de chuva alcança R$ 57.923. A transmissão automática e o controle de cruzeiro elevam o preço para R$ 61.700. Valores competitivos entre os concorrentes do segmento de hatches médios mais sofisticados. E talvez o suficiente para manter o fôlego do modelo da GM.
IMPRESSÕES AO DIRIGIR
Mudanças visuais geralmente são o que chama mais atenção em qualquer renovação em linhas automotivas. E indiscutivelmente, a maquiagem na configuração hatch do Chevrolet Vectra conseguiu deixar o modelo com um aspecto mais agressivo e moderno. Mas a parte mais instigante e divertida do GT Remix -- apelido dado pela GM à remodelação do dois volumes -- está mesmo sob o capô. Os engenheiros da divisão Powertrain da montadora capricharam e deixaram o propulsor 2.0 8V Flexpower mais esperto.
FICHA TÉCNICA | ||||||||||||
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Essa maior desenvoltura é percebida logo nas arrancadas. O motor responde bem ao acelerador e o câmbio bem escalonado e com relações curtas deixam o GT ágil. Para sair da inércia e alcançar os 100 km/h foram necessários 10,3 segundos. Além disso, o motor parece sempre cheio, o que beneficia ainda as retomadas de velocidade e o desempenho do modelo na hora das ultrapassagens e em trechos de serra. O 60 km/h a 100 km/h em quarta marcha, por exemplo, é feito em 8,4 segundos.
Basta pisar mais que o Vectra GT vai além e chegar aos 160 km/h é tarefa simples. A partir daí, porém, a comunicação entre rodas e volante passa a ficar pouco precisa e a frente flutua. Mesmo assim, é possível alcançar a máxima de 185 km/h. Mas se nas retas em velocidades nada normais o hatch se mostra pouco estável, nas curvas o comportamento é exemplar. A carroceria do modelo torce o mínimo e o carro parece grudado no chão. Nas freadas bruscas, até que o GT embica um pouco, fruto de uma suspensão mais maleável, mas nada que realmente assuste.
A suspensão, na verdade, tem uma calibragem que privilegia o conforto. Mais macia, ela absorve muito bem os buracos sem fim de ruas e estradas brasileiras. Com isso, os ocupantes a bordo não sofrem com solavancos dentro do habitáculo. Se o vão limitado para cabeças não ajuda a tornar a viagem mais agradável, o espaço para pernas, pelo menos, é bem dimensionado. E o motorista encontra facilmente a posição ideal de dirigir com os ajustes de altura e de profundidade do volante e do assento.
A manobrabilidade é ainda facilitada pela direção precisa e pelos engates justos e curtos do câmbio manual. A ergonomia também é satisfatória no sentido de que a maioria dos comandos estão ao alcance dos olhos e mãos do motorista. Contudo, as hastes da coluna de direção, curtas e duras, são pouco práticas e nada intuitivas. Na hora de estacionar, as largas colunas traseiras e o vidro diminuto dificultam a visibilidade. No consumo, o Vectra GT se mostrou menos beberrão que a versão anterior e anotou a média de 7,3 km/l com álcool, com uso 2/3 na cidade e 1/3 na estrada. (por Fernando Miragaya)
DE ZERO A 100 PONTOS, O CHEVROLET VECTRA GT REMIX 2.0 | |||||||||||
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